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Aumentando as Oportunidades de Investimento entre Brasil e Catar

Em uma reunião bilateral recente entre o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Emir do Catar, o Xeque Tamim bin Hamad al-Thani, foram discutidos vários tópicos importantes. Esses incluíram oportunidades de investimento, a expansão do comércio exterior, a parceria na organização do G20 e um olhar para a geopolítica do Oriente Médio.

Relações Comerciais e de Investimento

O Emir do Catar expressou interesse em ampliar os investimentos bilaterais e aceitou um convite do presidente Lula para uma visita ao Brasil em 2024. Além disso, ele concordou em auxiliar na Presidência brasileira do G20, que começa nesta sexta-feira. O presidente Lula destacou as oportunidades de diversificação da pauta comercial com a inclusão de produtos de maior valor agregado, como autopeças, produtos de defesa e aeronaves da Embraer.

Liderança Global

O Emir observou que há um déficit de líderes no mundo e expressou satisfação com o retorno de Lula à Presidência da República. Esse retorno é visto como uma esperança tanto para o cenário das Américas quanto para o cenário internacional como um todo.

Investimentos do Catar no Brasil

O Catar tem uma carteira de investimentos diversificada no Brasil, com um estoque de cerca de US$ 7 bilhões. No âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), o Catar é o 5º principal investidor, com previsão de investimentos de até US$ 10 bilhões. Há uma perspectiva de aumento da captação de investimentos catarianos para o Brasil.

Comércio Bilateral

Nos primeiros nove meses de 2023, o comércio bilateral totalizou mais de US$ 762 milhões. A proteína animal concentra a maior parte das vendas brasileiras ao Catar. As carnes de aves representam neste ano 48% do total exportado pelo Brasil ao país do Oriente Médio.

A reunião bilateral entre o presidente Lula e o Emir do Catar marca um passo importante no fortalecimento das relações entre os dois países. Com a perspectiva de aumentar os investimentos e a diversificação do comércio, o futuro das relações Brasil-Catar parece promissor.

A Transição Energética e a Descarbonização Industrial no Brasil: Uma Discussão na COP28

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023, COP28, começou hoje, 30 de novembro, em Dubai, Emirados Árabes. Segundo o primeiro boletim de avaliação do clima no mundo, o Global Stocktake, todos os países estão atrasados em relação às ambições climáticas. Para agravar a situação, a temperatura já está 1,1°C acima da média histórica, segundo a Organização Mundial de Meteorologia.

O Impacto do Aquecimento Global

O planeta mais quente resulta em recordes de incêndios florestais, enchentes catastróficas e ondas de calor insuportáveis, a exemplo do que se intensifica no Brasil neste ano.

O Papel do Brasil na Transição Energética

Na próxima terça-feira, 5 de dezembro, acontecerá um painel no pavilhão reservado ao Brasil na COP 28. O evento, capitaneado pela Vale e moderado pelo Conselho Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDES), discutirá as saídas para acelerar a transição energética rumo à descarbonização industrial no Brasil.

Além da Vale, participarão do debate a Petrobras, a Raízen e a Subsecretária de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Ministério da Fazenda.

A Rota para a Descarbonização

“Sabemos que é prioritário reduzir as emissões e estamos focados nisso. Investimos no desenvolvimento de tecnologias que permitem reduções das nossas operações e nas operações dos nossos clientes, buscando diferenciação de produto, como por exemplo o briquete, um aglomerado que ajuda a siderurgia a reduzir emissões ao mesmo tempo que diminui também o impacto na Vale”, explica Rodrigo Lauria, diretor de Mudanças Climáticas e Carbono da Vale.

A Urgência da Transição Energética

Na avaliação da Vale, é urgente promover uma transição energética efetiva, uma vez que o ritmo das implementações, bem como os investimentos globais em descarbonização, estão sendo insuficientes para conter o aumento das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) em todo o mundo.

Metas e Compromissos

Em 2019, a companhia estabeleceu sua meta de emissões de escopo 1 e 2 (diretas e indiretas) em 33% até 2030, e zerá-las até 2050. Para tanto, anunciou investimentos de US$ 4 bilhões a US$ 6 bilhões.

Já o compromisso de redução das emissões na cadeia de valor (escopo 3, anunciado em 2020), em 15% até 2035, soma, em números absolutos, aproximadamente 90 milhões de toneladas de carbono equivalente (MtCO2e), volume similar às emissões de energia do Chile de 2018, ano-base usado na elaboração da meta.

Soluções Alternativas e Fontes Limpas

Para cumprir os compromissos assumidos, a Vale tem adotado soluções alternativas para os processos minerais e metalúrgicos que resultam em menores emissões; desenvolvido tecnologias alternativas e fontes limpas em substituição aos combustíveis fósseis e, também, migrado a matriz energética de consumo para energia renovável.

Em 2023, a empresa atingiu 100% de consumo de energia elétrica renovável no Brasil, dois anos antes da meta prevista para 2025.

O Papel dos Minerais e Metais na Economia de Baixo Carbono

Em relação à transição para uma economia de baixo carbono, os minerais e metais exercerão um papel fundamental. O aço produzido a partir do minério de ferro, por exemplo, é a principal matéria-prima para a construção de turbinas eólicas, linhas de transmissão e outros mecanismos para garantir segurança energética e acesso universal à eletricidade.

Já o níquel é um elemento essencial para baterias de alta performance, e o cobre, para a transmissão de energia elétrica, cada vez mais importante em um mundo mais eletrificado.

Diante desse cenário, a Vale tem diferenciais competitivos e posição estratégica. “Nossos produtos serão vetores de redução de emissões para o setor de siderurgia e metais básicos”, ressalta Lauria.

A COP28 é um momento crucial para a discussão sobre as mudanças climáticas e a necessidade de uma transição energética efetiva. O Brasil, com empresas como a Vale na vanguarda, tem um papel fundamental a desempenhar nesse cenário. Através de investimentos em tecnologias limpas e renováveis, e com o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa, o país pode liderar o caminho para um futuro mais sustentável.

Desafios e Expectativas na COP28

A Conferência do Clima, um evento que reúne cerca de 70 mil pessoas, incluindo representantes de governos e da sociedade civil, está em andamento. O objetivo principal é discutir o futuro do meio ambiente e como evitar uma catástrofe climática global. Este evento ocorre em um ano que já é conhecido como o mais quente da história, com a crise climática causando estragos sem precedentes na vida humana e nos meios de subsistência em todo o mundo.

Principais Temas em Discussão

A lista de temas ambientais em discussão é vasta. Entre os principais assuntos estão:

  • Mecanismos para limitar o aquecimento global a 1,5 °C em relação a níveis pré-industriais;
  • Medidas para proteger florestas e como atingir neutralidade na emissão de carbono até 2050;
  • Maneiras de auxiliar países considerados mais vulneráveis, que geralmente são os mais impactados pelas temperaturas extremas;
  • Como colocar em prática um fundo de perdas e danos para países em desenvolvimento, fruto de um acordo da conferência do ano passado.

Presença de Líderes Globais

A Conferência do Clima contará com a presença de diversos líderes mundiais. No dia 1° de dezembro, o Rei Charles III fará um discurso de abertura. O convite ao rei foi feito pelo presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed Al Nahyan. Charles é conhecido por seu ativismo ambiental.

O presidente norte-americano, Joe Biden, não deve participar da COP28, ao menos presencialmente, concentrando sua agenda internacional em temas relacionados à guerra na Faixa de Gaza.

O Papel do Brasil

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, também deve fazer um discurso na COP28, no dia 1° de dezembro. O Brasil pretende se colocar como um exemplo de matriz energética limpa. Representantes do país devem ainda cobrar recursos para reparação de países menos desenvolvidos e reforçar o compromisso de manter o aumento da temperatura média global em 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.

O governo brasileiro também deve defender a redução do desmatamento e a adoção de um mecanismo de captação de recursos para financiar a preservação de florestas. Outro tema que pode voltar à pauta diz respeito à regulação do mercado de créditos de carbono, que o Brasil tenta aprovar.

A COP28 é um evento crucial para o futuro do nosso planeta. As decisões tomadas durante esta conferência terão um impacto significativo na forma como lidamos com a crise climática. É essencial que todos os países trabalhem juntos para alcançar os objetivos estabelecidos e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

Visita de Lula ao Catar Fortalece Laços e Abre Novas Oportunidades para Cooperação Bilateral

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, recentemente destacou o papel crucial do Catar na mediação dos conflitos no Oriente Médio durante sua participação no Fórum Econômico Brasil – Catar, realizado em Doha. Ele elogiou o país árabe por sua contribuição significativa para a paz na região, especialmente no conflito Israel-Palestina.

A Mediação do Catar

Lula destacou a mediação do Catar no acordo entre Israel e Hamas para a libertação de reféns, que incluía mulheres e crianças. Este gesto demonstra o compromisso do Catar com a paz e a estabilidade na região. O presidente brasileiro acredita que o Catar pode desempenhar um papel ainda mais significativo na resolução de conflitos regionais e globais.

Ampliando as Relações Bilaterais

Durante sua visita a Doha, Lula também se reuniu com o Emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani. Ele expressou otimismo sobre a expansão das relações e parcerias entre o Brasil e o Catar, afirmando que a visita abriria portas e construiria pontes entre os dois países.

Lula vê o Catar como uma das principais portas de entrada para negócios com o Oriente Médio e acredita que o setor empresarial do Catar está interessado em investir no Brasil. Ele mencionou a agricultura, infraestrutura e sustentabilidade como áreas potenciais para parcerias e acordos.

Diversificando o Comércio

O presidente brasileiro também vê um amplo espaço para diversificar a pauta comercial com produtos de maior valor agregado. Ele citou autopeças, produtos de defesa e aeronaves da EMBRAER como exemplos de produtos que poderiam ser comercializados entre os dois países.

Lula também mencionou que o Brasil está implementando medidas de facilitação de comércio, como um sistema eletrônico de validação e assinatura de documentos para operações de comércio bilateral. Ele acredita que essas medidas ajudarão a reduzir prazos e custos das transações comerciais entre o Brasil e o Catar.

Rumo à COP-28

Após sua visita ao Catar, Lula e sua comitiva seguiram para os Emirados Árabes Unidos para participar da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas 2023 (COP 28). Ele expressou esperança de que o Catar possa ser um aliado importante na luta contra a crise climática.

Em conclusão, a visita do presidente Lula ao Catar não só fortaleceu os laços de amizade entre os dois países, mas também abriu novas oportunidades para a cooperação bilateral. Ambos os países têm o potencial de trabalhar juntos para promover a paz, a justiça, a prosperidade e a sustentabilidade em um mundo cada vez mais interconectado.

Aquecimento Global em 2023 e o Futuro Climático

O ano de 2023 está prestes a se tornar o mais quente já registrado, superando o recorde anterior de 2016. Com apenas um mês restante para o final do ano, a temperatura global está 1,4 °C acima dos níveis pré-industriais, de acordo com um relatório provisório da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Este aumento na temperatura global é um lembrete alarmante da urgência com que os líderes mundiais precisam agir para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis.

Marcas Climáticas de 2023

O ano de 2023 foi marcado por uma série de marcas climáticas. Os níveis de gases de efeito estufa atingiram patamares recordes, assim como as temperaturas globais. O nível do mar também aumentou para um recorde, e o gelo marinho da Antártida atingiu sua menor extensão máxima no inverno já registrada, cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados a menos do que o recorde anterior.

As geleiras suíças perderam cerca de 10% de seu volume remanescente nos últimos dois anos. Além disso, os incêndios florestais queimaram uma área recorde no Canadá, totalizando cerca de 5% das florestas do país.

A COP28 e a Batalha Contra as Mudanças Climáticas

A urgência da situação climática global foi um tema central na cúpula anual da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, a COP28, que começou em Dubai. Os líderes mundiais estão lutando para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, uma das principais causas das mudanças climáticas.

Perspectivas para o Futuro

Apesar das marcas climáticas de 2023, o mundo ainda não está prestes a ultrapassar o limite de aquecimento de longo prazo de 1,5ºC estabelecido pelo Acordo de Paris de 2015. No entanto, um ano com uma temperatura média global de 1,4ºC já proporcionou uma prévia assustadora do que pode significar ultrapassar permanentemente 1,5ºC.

Os cientistas alertam que o próximo ano pode ser ainda pior. A combinação da mudança climática, impulsionada pela queima de combustíveis fósseis, com o surgimento do padrão climático natural do El Niño no Pacífico Oriental, levou o mundo a um território de recordes em 2023. Os impactos do El Niño provavelmente atingirão o pico em 2024, levando a temperaturas ainda mais altas.

A batalha contra as mudanças climáticas é uma das questões mais urgentes de nosso tempo. As marcas climáticas de 2023 são um lembrete poderoso da necessidade de ação imediata e decisiva.

A Justiça e a Proteção Ambiental: Uma Vitória para o Ibama

Em uma decisão histórica, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou a validade de R$ 29,1 bilhões em multas ambientais aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Esta decisão, tomada pela 2ª Turma da Corte no último dia 21, reafirma a legalidade da notificação por edital para infratores ambientais apresentarem alegações finais nos processos administrativos do Ibama.

O Contexto

O procedimento de notificação por edital foi usado em 183 mil processos, correspondendo a 84% das autuações contra infrações ambientais. No entanto, um despacho do governo federal anterior a 2023 havia criado uma brecha para anular as punições por prescrição. Em 2022, o então presidente do Ibama assinou um documento indicando que a notificação por edital para a apresentação de alegações finais seria inválida para penalidades aplicadas de 2008 a 2019. Isso significava que as punições prescreveriam e, portanto, os infratores ficariam isentos de pagar as multas.

A Decisão do STJ

O STJ acolheu um recurso movido pela Advocacia-Geral da União (AGU) contra um acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). A AGU demonstrou que a notificação por edital está prevista no art. 122 do Decreto nº 6.514/2008, que regulamentou a Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998). Nas outras etapas do processo, as notificações são feitas pessoalmente ou por via postal com aviso de recebimento.

Impacto da Decisão

A decisão do STJ representa uma vitória significativa para o Ibama e para a proteção ambiental no Brasil. A mudança de entendimento pelo novo presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, que foi ratificada pela Procuradoria Federal Especializada Ibama, pela Procuradoria Geral Federal e pela Advocacia-Geral da União e, agora, pela Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça fez com que os processos retornassem ao seu curso regular.

Mariana Barbosa Cirne, procuradora nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente, afirmou que a decisão “consagra o compromisso da AGU de conferir segurança jurídica ao poder de polícia ambiental. E o STJ, ao reconhecer a validade da fiscalização ambiental, contribuiu com o combate ao desmatamento”.

Resultados Positivos

Nos últimos dez meses, a intensificação das ações de comando e controle resultou na queda de 49,7% do desmatamento na Amazônia em relação aos dez primeiros meses de 2022. No mesmo período, os autos de infração emitidos pelo Ibama na Amazônia aumentaram 130%. Esses resultados demonstram o impacto positivo que a aplicação efetiva das leis ambientais pode ter na proteção do meio ambiente.

A decisão do STJ é um marco importante na luta pela proteção ambiental no Brasil. Ela reafirma a importância do cumprimento das leis ambientais e o papel crucial do Ibama na aplicação dessas leis. Além disso, destaca a necessidade de segurança jurídica para garantir a eficácia da fiscalização ambiental. Com a validade das multas ambientais confirmada, o Brasil pode continuar a avançar em seus esforços para combater o desmatamento e proteger seu precioso ecossistema.

NAT Plus: Um avanço na segurança das transfusões de sangue no Brasil

O Brasil alcançou um marco importante na segurança das transfusões de sangue com a implementação do NAT Plus, o primeiro kit diagnóstico do mundo a detectar a malária. Desenvolvido e produzido pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz), o kit tem sido usado em parceria com a Coordenação Geral de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde nos hemocentros da rede pública brasileira.

O que é o NAT Plus?

O NAT Plus é um kit de diagnóstico que tem como objetivo principal evitar a transmissão da malária pelo sangue. Uma das formas raras de transmissão da malária ocorre quando uma pessoa doente recebe um derivado do sangue contaminado com plasmodium, o parasito da malária.

Na Amazônia, uma região endêmica, as pessoas que doam sangue podem não apresentar sintomas e, portanto, não acreditam que estão doentes, mas têm o parasito no sangue. Anteriormente, a forma de detectar a presença do parasito da malária no sangue não era tão sensível. Agora, com o NAT Plus, é possível detectar a presença desse parasito com alta sensibilidade, evitando a chamada “malária transfusional”.

Avanços com o NAT Plus

O kit NAT Plus, além de testar a malária, também pode identificar HIV e hepatites B e C. Esses últimos já estavam sendo testados na primeira geração do kit NAT brasileiro, disponibilizado desde 2011.

Patricia Alvarez, especialista científica em Diagnóstico Molecular de Bio-Manguinhos, destaca que o uso do NAT Plus permitiu a identificação de bolsas de sangue contaminadas com malária fora das áreas endêmicas. Isso é particularmente importante, pois não é comum realizar testes de malária em pessoas de regiões não endêmicas, tornando mais difícil registrar casos desse tipo nessas áreas.

Resultados do NAT Plus

De outubro de 2022 a novembro de 2023, o kit identificou 22 bolsas de sangue contaminadas com malária. Entre elas, 11 no Amazonas, Roraima, Acre e Rondônia, duas no Maranhão, cinco no Rio de Janeiro e quatro em Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Esses resultados demonstram a eficácia do NAT Plus na detecção de doadores com infecção por plasmodium da malária em regiões que normalmente não têm muitos pacientes com malária, como o Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

O NAT Plus representa um avanço significativo na segurança das transfusões de sangue no Brasil, permitindo a detecção precoce da malária e outras doenças em doadores de sangue. Isso é particularmente importante em um país com regiões endêmicas de malária, como a Amazônia. Com o NAT Plus, o Brasil está liderando o caminho na prevenção da transmissão de doenças através de transfusões de sangue.

A COP28 e o Desafio Global das Mudanças Climáticas

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2023 (COP28) começou em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, marcando um momento crucial na luta global contra as mudanças climáticas. Este encontro, que reúne representantes de cerca de 200 países e 70 mil pessoas, é um marco importante, pois apresentará, pela primeira vez, um balanço global de como cada país está atuando para cumprir com o Acordo de Paris.

O Acordo de Paris e a COP28

O Acordo de Paris, assinado em 2015, foi um compromisso global para limitar o aumento da temperatura da terra a 1,5º C acima dos níveis pré-industriais. Agora, na COP28, as contribuições de cada país para a redução do aquecimento global serão avaliadas pela primeira vez. Esta análise servirá de base para a COP30, em 2025, quando o Acordo de Paris completará 10 anos, e está prevista a adoção de novas medidas para mitigar o aquecimento da terra.

A Prestação de Contas dos Países

Pedro Côrtes, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (USP), explicou que a COP28 é uma prestação de contas de cada país. No entanto, os acordos climáticos não punem os países que não os cumprem. É mais um lembrete de que todos os países poderiam e deveriam fazer mais para combater as mudanças climáticas.

A Meta de 1,5ºC

Outra expectativa da COP28 é a reafirmação do compromisso assumido pelos países de manter a meta de aumento da temperatura em 1,5ºC em comparação aos níveis pré-industriais. No entanto, Karen Oliveira, diretora de Políticas Públicas e Relações Governamentais da TNC Brasil, ressaltou que existe um risco de essa meta ser revista.

O Aumento das Emissões de Gases do Efeito Estufa

Em relatório anual divulgado recentemente, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) informou que o mundo pode aumentar a temperatura em até 2,9ºC até 2100 se não houver mudanças nas políticas atuais. O número é quase o dobro do limite fixado pelo Acordo de Paris.

A Necessidade de Ação

Stela Herschmann, coordenadora adjunta de Política Internacional do Observatório do Clima, defendeu que é preciso fazer muito mais para limitar o aumento da temperatura em 1,5ºC. Isso passa pela eliminação dos combustíveis fósseis.

A COP28 é um lembrete de que a luta contra as mudanças climáticas é um desafio global que requer ação imediata e significativa de todos os países. Apenas através de esforços conjuntos e compromissos sérios podemos esperar alcançar as metas estabelecidas no Acordo de Paris e mitigar os efeitos devastadores das mudanças climáticas.

Grupo BBF desenvolve processo inédito no Brasil de compostagem em escala para operações industriais no Pará

O Grupo BBF, uma empresa 100% brasileira, é conhecido por sua atuação no agronegócio sustentável, que abrange desde o cultivo da palma até a biotecnologia, produção de biocombustíveis e geração de energia renovável para localidades isoladas da Amazônia.

Compromisso ESG

A empresa está comprometida com sua agenda ESG (Environmental, Social and Governance) e recentemente expandiu seu processo de aproveitamento econômico de subprodutos industriais em escala. Isso envolve a transformação dos resíduos naturais oriundos do processo de extração do óleo de palma em composto orgânico para utilização em suas áreas agrícolas. Esta iniciativa é pioneira e inédita no setor de palma no país.

Compostagem: Uma Solução Sustentável

23-250x300 Grupo BBF desenvolve processo inédito no Brasil de compostagem em escala para operações industriais no ParáO processo de compostagem começou em fase piloto no Polo Moju e, neste mês, inicia a implantação em escala no Polo Acará. Isso permite a redução nos volumes de efluentes destinados diretamente ao campo – processo de fertirrigação – bem como a melhor destinação dos resíduos orgânicos em áreas de cultivo de palma da empresa.

A compostagem é uma técnica muito utilizada em diversos sistemas agroindustriais, maximizando a pegada de carbono com a redução do uso de fertilizantes petroquímicos (nitrogenados) e demais nutrientes que são extraídos com alto consumo energético fóssil. O objetivo do Grupo BBF é fortalecer o conceito de carbono neutro em suas operações nos próximos anos.

Benefícios da Compostagem

A área instalada para o processo de compostagem no Polo do Acará é de 25.930 m2, com capacidade de processamento de até 90 mil toneladas de composto orgânico anualmente. Isso é suficiente para adubação de até 3 mil hectares de palma e substituição de mais de 1,8 mil toneladas de adubos de origem fóssil por orgânicos.

Segundo Fabio Pacheco, diretor do Grupo BBF, a nova operação de compostagem utiliza os “cachos de frutos vazios” e a água proveniente do processo industrial, trazendo ainda mais ganhos ambientais e operacionais, além de proporcionar redução nos custos agrícolas da Companhia.

Liderança no Mercado

O Grupo BBF se destaca como maior produtor de óleo de palma da América Latina, com 75 mil hectares cultivos e capacidade de produzir mais de 200 mil toneladas de óleo anualmente. Somente no Estado do Pará, a companhia possui mais de 60 mil hectares e incentiva mais de 450 agricultores familiares com o cultivo sustentável da palma.

Através do Programa de Agricultura Familiar, o Grupo BBF oferece treinamento contínuo, assistências técnicas, fornecimento de mudas, permuta de fertilizantes e estímulos à financiamentos bancários. A companhia possui ainda 4 polos produtivos no Pará e gera mais de 5 mil empregos diretos e 15 mil indiretos no Estado, se destacando como uma das maiores empregadoras do Estado.

Com investimento contínuo em benfeitorias às comunidades no entorno de suas operações, o Grupo BBF comprova que é possível aliar preservação ambiental, desenvolvimento socioeconômico e geração de renda para comunidades que residem em localidades isoladas Amazônia.

Avanços na Compreensão da Doença de Parkinson

Em um estudo recente publicado na revista Sensors, pesquisadores fizeram uma descoberta significativa que pode abrir novas possibilidades para o tratamento da doença de Parkinson. A equipe de cientistas, composta por membros do Instituto de Biociências (IB) e da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em colaboração com um colega do Departamento de Materiais e Produção da Aalborg University (Dinamarca), conseguiu localizar uma região específica do cérebro que é afetada durante a caminhada em pacientes com a doença de Parkinson.

A Descoberta

Os pesquisadores investigaram se pessoas com doença de Parkinson apresentam atividade eletrocortical cerebral distinta dos indivíduos saudáveis durante a caminhada. Para isso, eles realizaram um experimento com 29 adultos de 70 anos, sendo 14 saudáveis e 15 pacientes com Parkinson. Os participantes foram recrutados no banco de dados do Laboratório de Estudos da Postura e da Locomoção da Unesp, no campus de Rio Claro.

Os cientistas pediram aos participantes que caminhassem em torno de um circuito oval, com duas retas paralelas e duas curvas longas, sobre um tapete com sensor de pressão que registrava o padrão de caminhada. Eles observaram que os indivíduos com Parkinson caminhavam mais devagar, com passos mais curtos e mais variáveis.

A Técnica

A equipe utilizou uma técnica chamada eletroencefalografia, que registra a atividade elétrica que chega ao nível do escalpo. Eles conseguiram registrar a atividade de milhares de neurônios que ultrapassam tecidos e ossos. Ao quantificar a força dessas frequências, eles conseguiram comparar as pessoas com e sem Parkinson para ver se existia alguma alteração relacionada à doença.

Implicações Futuras

Essa descoberta abre uma janela para intervenções mais precisas nessas áreas específicas, incluindo as chamadas estimulações cerebrais não invasivas. Isso poderia levar a tratamentos mais eficazes para a doença de Parkinson no futuro. Além disso, a equipe também observou que, quando os pacientes tomavam a medicação dopaminérgica, a proporção de ondas rápidas aumentava e essa mudança na atividade cerebral estava associada ao benefício que o remédio trazia para a caminhada da pessoa.

Este estudo representa um avanço significativo na nossa compreensão da doença de Parkinson. Ele não apenas identifica uma área específica do cérebro que é afetada durante a caminhada em pacientes com a doença, mas também sugere possíveis intervenções para tratar essas áreas. Com mais pesquisas, essas descobertas podem levar a tratamentos mais eficazes e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com Parkinson.

Megaflorestas: A Chave para a Salvação do Planeta

As florestas são os pulmões do nosso planeta, desempenhando um papel crucial na manutenção do equilíbrio climático global. No entanto, a destruição desses ecossistemas vitais está acelerando a um ritmo alarmante. Neste artigo, exploramos as ideias apresentadas por John Reid e Thomas Lovejoy em seu livro “Megaflorestas – Preservar o que temos para salvar o planeta”, e discutimos a importância de preservar as cinco florestas mais importantes do mundo.

As Cinco Megaflorestas

Segundo Reid e Lovejoy, existem cinco “megaflorestas” que são vitais para a saúde do nosso planeta. Estas são a Amazônia, o Congo, a ilha de Nova Guiné, a Rússia e o Norte do continente norte-americano. As três primeiras são florestas tropicais, enquanto as duas últimas são boreais, referindo-se às temperaturas baixas que prevalecem nessas zonas.

Essas florestas são importantes não apenas porque armazenam grandes quantidades de carbono, mas também porque abrigam a maior biodiversidade de todos os ambientes terrestres do planeta, incluindo uma rica variedade de flora, fauna e culturas humanas.

Desafios para a Preservação

A preservação dessas florestas enfrenta três principais desafios: atmosférico, econômico e político. A mudança climática está derretendo solos congelados no norte e secando rios nas latitudes tropicais, aumentando os incêndios florestais e desafiando plantas e animais adaptados a condições mais estáveis.

O excesso de consumo, principalmente em países ricos, está pressionando as florestas e outros ecossistemas a produzirem volumes de matéria-prima que não são compatíveis com a conservação. Além disso, há uma tendência em vários países de espalhar atividades industriais e agricultura em grande escala nas áreas até agora conservadas.

A Amazônia e o Desenvolvimento Humano

A Floresta Amazônica é uma das megaflorestas mencionadas no livro e é um destino frequente para os autores. Reid e Lovejoy realizaram muitas incursões na região e desenvolveram diferentes pesquisas com o objetivo de colaborar com a conservação do ecossistema.

É possível garantir a floresta em pé e, ao mesmo tempo, levar desenvolvimento humano para os moradores da região. Existem economias tradicionais e indígenas que dependem da Floresta Amazônica em pé. O primeiro componente de uma estratégia econômica para a região é cuidar e expandir o que funciona. Depois, aproveitar as dezenas de milhões de hectares degradadas e abandonadas.

O Futuro das Megaflorestas

Ao chegarmos ao final deste artigo, é importante refletir sobre o futuro dessas megaflorestas e o papel que cada um de nós pode desempenhar em sua preservação. A destruição desses ecossistemas vitais não é apenas uma perda para a biodiversidade global, mas também uma ameaça direta à nossa própria sobrevivência. As megaflorestas são a chave para a estabilidade climática global, armazenando grandes quantidades de carbono e ajudando a regular o clima do planeta.

No entanto, essas florestas estão sob ameaça devido à mudança climática, ao excesso de consumo e à expansão das atividades industriais e agrícolas. É crucial que tomemos medidas para proteger esses ecossistemas e garantir um futuro sustentável para todos nós.

A preservação das megaflorestas não é apenas uma questão ambiental, mas também uma questão de justiça social. As comunidades indígenas e tradicionais que dependem dessas florestas para sua subsistência estão sendo desproporcionalmente afetadas pela destruição desses ecossistemas. É nosso dever garantir que essas comunidades sejam protegidas e que seus direitos sejam respeitados.

Em última análise, a preservação das megaflorestas é uma responsabilidade compartilhada. Cada um de nós tem um papel a desempenhar, seja reduzindo nosso consumo, apoiando políticas de conservação ou educando outros sobre a importância desses ecossistemas. Juntos, podemos garantir que essas florestas continuem a prosperar para as gerações futuras. Como Reid e Lovejoy argumentam em seu livro, preservar o que temos é a chave para salvar o planeta. A hora de agir é agora.

Programa de Bolsa Permanência: Uma Iniciativa para Combater a Evasão Escolar

O governo federal do Brasil lançou recentemente um programa inovador para combater a evasão escolar e incentivar a conclusão do ensino médio entre os jovens de baixa renda. O programa, conhecido como Programa de Bolsa Permanência, foi estabelecido pela Medida Provisória (MP) nº 1.198, de 27 de novembro de 2023.

O que é o Programa de Bolsa Permanência?

O Programa de Bolsa Permanência é uma iniciativa que visa incentivar a permanência e a conclusão dos estudos pelos jovens de baixa renda que estão no ensino médio. Para isso, será criado um fundo especial em que a União deve aportar até R$ 20 bilhões.

Quem pode se beneficiar do programa?

Estão aptos a receber o benefício os jovens de baixa renda regularmente matriculados no ensino médio nas redes públicas de ensino e pertencentes a famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, com prioridade àquelas que tenham renda per capita mensal igual ou inferior a R$ 218.

Como funciona o programa?

Um ato conjunto dos ministérios da Educação e da Fazenda vai definir valores, formas de pagamento, critérios de operacionalização e uso da poupança de incentivo à permanência e conclusão escolar. Os valores serão depositados em conta a ser aberta em nome do estudante, que poderá ser a poupança social digital da Caixa Econômica Federal.

Quais são as condições para receber o benefício?

Para ter acesso ao benefício, o aluno precisará ter frequência mínima, garantir a aprovação ao fim do ano letivo e fazer a matrícula no ano seguinte, quando for o caso. A regra também exige participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), para aqueles matriculados na última série do ensino médio, nos exames do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e nos exames aplicados pelos sistemas de avaliação externa dos entes federativos para a etapa do ensino médio.

Em resumo, o Programa de Bolsa Permanência é uma iniciativa louvável que tem o potencial de fazer uma diferença significativa na vida de muitos jovens brasileiros. Ao fornecer apoio financeiro direto aos estudantes de baixa renda, o programa não apenas ajuda a aliviar o fardo financeiro da educação, mas também incentiva a conclusão do ensino médio, abrindo portas para oportunidades futuras de emprego e formação profissional.

Inteligência Artificial na Luta Contra o Câncer Colorretal

Um estudo recente publicado na revista Scientific Reports revelou que modelos baseados em inteligência artificial (IA) podem prever com quase 80% de precisão as taxas de morte e sobrevivência de pacientes com câncer colorretal. Essa descoberta tem implicações significativas para o planejamento e avaliação dos serviços de saúde, bem como para orientar protocolos de encaminhamento.

O Câncer Colorretal no Brasil

Os tumores colorretais são um dos tipos de câncer mais incidentes no mundo, com quase 2 milhões de novos casos ao ano e uma tendência de aumento nesse número. No Brasil, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam o surgimento de 44 mil novos casos anuais, sendo 70% nas regiões Sudeste e Sul.

A Contribuição da Inteligência Artificial

Técnicas de aprendizado de máquina baseadas em IA estão sendo cada vez mais utilizadas para prever taxas de mortalidade e sobrevivência devido à sua capacidade de se aprimorar automaticamente, sem a necessidade de programações constantes. Isso contrasta com os modelos estatísticos utilizados em estudos epidemiológicos que, à medida que a realidade se transforma, vão se tornando obsoletos e menos precisos.

O estudo, apoiado pela FAPESP no âmbito do projeto “Controle do Câncer no Estado de São Paulo (ConeCta-SP): do conhecimento à ação”, foi um dos primeiros a realizar a predição da sobrevida de pacientes com câncer com base em um grande banco de dados usando IA e a verificar a validade desses modelos no Brasil.

Metodologia e Resultados

Os pesquisadores avaliaram e compararam a validade na predição de três algoritmos de IA: Random Forest, Naive Bayes e XGBoost. O XGBoost apresentou o melhor resultado, predizendo corretamente 77% das mortes e 77% da sobrevida (em um, três e cinco anos a partir do diagnóstico do tumor).

A entrada mais importante em todos os modelos foi o estadiamento clínico do câncer, que contém a informação sobre o grau da doença. Outras informações importantes foram as relacionadas ao tratamento realizado, como cirurgia, radioterapia e quimioterapia, além da presença de recidiva, indicando se o câncer voltou ou não, idade do paciente e ano do diagnóstico da doença.

Implicações Futuras

De acordo com os autores, o estudo tem potencial para ser o primeiro de muitos que permitirão a simulação de cenários e impactos na sobrevida de pacientes de câncer. Com as informações obtidas, melhores decisões clínicas e de gestão em saúde pública poderão ser tomadas.

“Esse tipo de avaliação pode indicar modelos que servirão como instrumentos para a tomada de decisão dos gestores em momentos de potencial disrupção nos serviços de saúde, como acontece em pandemias, por exemplo”, explica Tatiana Toporcov, professora da FSP-USP e coautora do artigo.

Em resumo, a IA está se mostrando uma ferramenta valiosa na luta contra o câncer, fornecendo insights valiosos que podem ajudar a salvar vidas.

O Impacto dos Biopesticidas na Sobrevivência das Vespas

Algumas vespas e abelhas possuem um mecanismo de defesa fascinante: elas são capazes de detectar, pelo cheiro, um companheiro de ninho que esteja doente e, para evitar a infecção de toda a colônia, podem impedir que esse indivíduo entre. Isso garante a sobrevivência da colônia e, no longo prazo, da espécie.

No entanto, um estudo recente publicado na revista Environmental Science and Pollution Research revelou uma ameaça invisível a esse mecanismo de defesa. O estudo mostra que as vespas da espécie Mischocyttarus metathoracicus, quando infectadas por um biopesticida à base do fungo Beauveria bassiana, não são reconhecidas como doentes pelos companheiros de ninho.

O Estudo

O grupo de autores, liderado por pesquisadores da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP), realizou uma série de testes moleculares, de sobrevivência e comportamentais. Eles descobriram que o biopesticida não só mata as vespas, que são benéficas para as plantas por se alimentarem de pragas e fazerem polinização, mas também não é detectado pelos companheiros de ninho.

O Biopesticida

O biopesticida em questão contém esporos do fungo Beauveria bassiana, que infecta exclusivamente insetos, poupando mamíferos e outros animais. Isso o torna uma alternativa mais segura aos pesticidas sintéticos, que são tóxicos para uma ampla gama de organismos, incluindo mamíferos.

No entanto, o estudo descobriu que, embora o biopesticida cause uma mortandade menor num primeiro momento, demora 19 dias para matar. Durante esse tempo, a vespa infectada pode potencialmente transmitir o fungo para toda a colônia, prejudicando a espécie em longo prazo.

Implicações

Esses resultados têm implicações significativas para a gestão de pragas e a conservação da biodiversidade. Embora os biopesticidas sejam vistos como uma alternativa mais segura aos pesticidas sintéticos, é crucial entender completamente seus efeitos colaterais potenciais.

Este estudo destaca a necessidade de mais pesquisas para garantir que as estratégias de controle de pragas não prejudiquem inadvertidamente as espécies benéficas. Afinal, a saúde de nosso meio ambiente depende do equilíbrio delicado entre todas as suas espécies.

Transporte Sustentável É Uma Rota para o Futuro

Os transportes são uma parte essencial da nossa vida cotidiana, conectando pessoas, promovendo o comércio e impulsionando o crescimento econômico. No entanto, eles também são uma fonte significativa de emissões de gases do efeito estufa, contribuindo para a crise climática global. Neste contexto, o Dia Mundial do Transporte Sustentável, celebrado em 26 de novembro, destaca a necessidade de soluções de mobilidade que minimizem os impactos ambientais.

Acelerando o Progresso

Os transportes sustentáveis não são apenas sobre a redução das emissões. De acordo com a ONU, eles são um acelerador de progresso, capazes de avançar em direção a outros objetivos cruciais, como a erradicação da pobreza, a redução da desigualdade e o combate às alterações climáticas.

A Assembleia Geral da ONU reconhece a importância da cooperação para fortalecer a conectividade dos transportes através de um sistema intermodal integrado. Isso significa que precisamos olhar além dos veículos individuais e considerar todo o sistema de transporte, incluindo trens, ônibus, bicicletas e até mesmo a infraestrutura para pedestres.

Construindo um Futuro Sustentável

A ONU incentiva a construção de infraestruturas que minimizem o consumo de energia, terra e outros recursos. Isso inclui a promoção de transportes ecológicos e o desenvolvimento de infraestruturas de transporte socialmente inclusivas.

O Dia Mundial do Transporte Sustentável é uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre essas questões. A Assembleia Geral convida todas as partes interessadas a marcar o dia através da educação e da realização de eventos destinados a aumentar o conhecimento do público sobre o tema.

O transporte sustentável é mais do que apenas uma tendência – é uma necessidade para o nosso futuro. Ao minimizar os impactos ambientais e maximizar os benefícios sociais e econômicos, podemos garantir que as gerações atuais e futuras se beneficiem de meios de transporte seguros, acessíveis, eficientes e resilientes. Juntos, podemos trilhar o caminho para um futuro mais sustentável.

Dois Terços dos Alimentos Servidos na COP28 Serão Veganos e Vegetarianos – à Base de Plantas

A equipe de catering (fornecimento de comida alguns serviços correlatos) da COP28 em Dubai garantiram que os eventos da COP tivessem uma restauração amiga do clima, servindo alimentos que reconheçam as fronteiras planetárias e estejam em linha com o Acordo de Paris.

Apelidado de “menu alinhado a 1,5°C”, a Presidência da COP28 pretendeu estabelecer um precedente para futuras cimeiras e eventos em todo o mundo, demonstrando que a restauração consciente do clima pode ser servida, mesmo num grande evento como a COP.
Além da elevada percentagem de alimentos à base de plantas, a implementação da restauração sustentável na COP28 também se concentrou no alinhamento de 1,5°C, na inclusão, nos resíduos, nas embalagens, na rotulagem das emissões e nos orçamentos de carbono.
“O Comité Diretor da Carta de Catering trabalhou arduamente com a Presidência da COP28 para garantir que os alimentos fossem predominantemente à base de plantas nesta cimeira tão importante. Ao comprometer-se com uma restauração acessível e rica em vegetais, a Presidência da COP28 reconheceu o impacto das dietas ricas em alimentos de origem animal.

Comer dentro do orçamento

Estima-se que 250.000 refeições foram servidas a mais de 60.000 visitantes todos os dias em quase 80 pontos de venda, incluindo refeitórios, estações de entrega e food trucks em todo o local.
O menu alinhado à COP 1,5°C foi concebido para permitir que os delegados comecem dentro de um orçamento alimentar diário calculado para reduzir o aquecimento global para menos de 1,5 graus Celsius – o limite acordado no âmbito do Acordo de Paris de 2015.
O Painel Intergovernamental sobre Alterações Climáticas (IPCC) da ONU recomendou uma mudança para dietas mais baseadas em vegetais para tornar o sistema alimentar maissustentável. Globalmente, a agricultura é responsável por cerca de um terço das emissões globais de gases com efeito de estufa, com quase 20% das emissões provenientes da pecuária.
“Estamos muito satisfeitos com o fato da Presidência da COP28, ter dar prioridade aos alimentos à base de plantas na cimeira climática mais significativa do mundo deste ano”, disse Lana Weidgenant, jovem ativista e responsável por campanhas e políticas do grupo de defesa ProVeg International: “Com certeza é uma mensagem clara – e saborosa – aos delegados de quase 200 países sobre a importância da adoção de dietas mais baseadas em vegetais para combater as alterações climáticas”.

A Antártida Desperta e ONU pede ação imediata contra o caos climático

Despertar do Gigante Adormecido: A Antártida e a Luta Contra o Caos Climático

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que a Antártida, frequentemente referida como um “gigante adormecido”, está agora sendo despertada pelo caos climático. Durante sua visita à base Frei Antártica, Guterres destacou que a poluição por combustíveis fósseis está aquecendo o planeta e desencadeando uma anarquia climática na Antártida.

O Oceano Antártico tem absorvido a maior parte do calor do aquecimento global, e Guterres enfatizou que “o que acontece na Antártida não fica na Antártida”. Ele ressaltou a necessidade de proteger a região para salvaguardar toda a humanidade.

Em sua mensagem aos líderes que participarão da 28ª Cúpula do Clima, COP28, nos Emirados Árabes na próxima semana, Guterres pediu ação imediata para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, proteger as pessoas do caos climático e encerrar a era dos combustíveis fósseis.

Guterres expressou esperança de que na COP28 os países possam decidir sobre a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis, que ele chamou de “a causa profunda das alterações climáticas”. Ele afirmou que o mundo não deve permitir que todas as esperanças de um planeta sustentável se desfaçam.

A visita de Guterres à Antártida foi realizada em conjunto com o presidente do Chile, Gabriel Boric. Ele também visitou a base científica Professor Julio Escudero, onde se reuniu com pesquisadores.

Regulação do Mercado de Carbono: Uma Oportunidade para o Brasil

Brasil na Vanguarda do Carbono Verde

O presidente da ISWA (International Solid Waste Association) e membro consultivo da ONU, Carlos Silva Filho, acredita que a regulação do mercado de carbono é o começo para o Brasil despontar. No mercado regulado de emissões e remoções de Gases de Efeito Estufa (GEE), o Estado define, por meio de parâmetros técnicos, uma linha de redução de emissões que deve ser seguida pelas empresas reguladas.

O Brasil tem um potencial enorme neste mercado de redução de emissão e de créditos de carbono devido ao seu potencial de mitigação em diversos setores. O setor de resíduos, onde Carlos Silva Filho mais atua, ainda é subdimensionado em todo o potencial de redução de emissão de carbono. Segundo o consultor, o Brasil ainda tem hoje, 2.500 lixões a céu aberto, que, se forem encerrados, já trazem uma mitigação muito considerável de algo em torno de 15 milhões de toneladas de CO² por ano e com outros diversos benefícios ambientais.

Outro setor que ainda tem muito potencial para crescer é o de reciclagem. A proposta que regulamenta o mercado de carbono do Brasil já foi aprovada no Senado e aguarda votação na Câmara. O projeto de lei 528/2021, considerado uma das prioridades do governo federal, cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SBCE), que terá o objetivo de regular e fiscalizar o mercado.

Ainda não há data exata para a votação na Câmara, mas a previsão é que aconteça antes do início da COP28, marcada para o próximo dia 30 de novembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Para que as empresas e o país se adaptem às regras previstas para o mercado nacional de carbono, deve haver um período de transição.

Essa é uma oportunidade única para o Brasil se destacar no cenário global de sustentabilidade e mitigação das mudanças climáticas. A regulação do mercado de carbono pode ser o começo de uma nova era para o país.

Estado de Alerta para a Saúde das Crianças na Região Amazônica em razão das Queimadas

A região Norte do Brasil está enfrentando um cenário preocupante. As queimadas e a poluição do ar estão afetando a qualidade de vida das pessoas, especialmente as crianças. Neideana Ribeiro, consultora de Emergência, Saúde e Nutrição do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), alerta para a necessidade de manter as crianças dentro de casa durante esses períodos críticos.

Impacto na Saúde das Crianças

As crianças, que normalmente brincam ao ar livre, estão sendo aconselhadas a permanecer em ambientes fechados para evitar a inalação da fumaça. Ribeiro sugere a criação de um “espaço limpo” em casa, um cômodo com janelas e portas fechadas para evitar a exposição à fumaça.

As crianças com problemas respiratórios, como asma, precisam de atenção especial. É importante ter medicamentos disponíveis em casa para evitar a necessidade de sair quando a qualidade do ar estiver muito ruim.

Situação Crítica na Região Amazônica

Todas as 62 cidades no Amazonas estão em situação de emergência devido aos incêndios florestais que atingem a região Norte. Quase 20 mil focos de calor foram registrados no Amazonas em 2023. Em Rondônia, foram detectados 7.139 focos de janeiro a novembro, e em Roraima, foram registrados 922 incêndios em vegetação.

A situação é particularmente grave em Manaus, onde a qualidade do ar oscila entre moderada e muito ruim. A fumaça tem causado dificuldades respiratórias para os moradores, aumentando a demanda por atendimento hospitalar.

Resposta das Autoridades de Saúde

A Secretaria de Saúde do estado informou que, nos últimos dias, não houve aumento de casos registrados por doenças respiratórias, mas reforçou que as unidades estão prontas para receber os casos graves.

A situação atual na região Amazônica é um lembrete da importância de proteger nossas florestas e a qualidade do ar que respiramos. É crucial que todos façam sua parte para prevenir incêndios florestais e proteger a saúde de nossas crianças.

O Brasil e a Luta Contra as Mudanças Climáticas

O Brasil, uma nação rica em biodiversidade e lar da maior floresta tropical do mundo, a Amazônia, enfrenta desafios significativos quando se trata de mudanças climáticas. De acordo com o relatório “Política Climática por Inteiro” do Instituto Talanoa, o país ainda não está totalmente preparado para lidar com esses desafios.

Avanços e Desafios

Apesar de ter conseguido reduzir o desmatamento da Amazônia em 22% em 2023, o Brasil ainda enfrenta enormes desafios em áreas como transição energética e agricultura. O relatório destaca que o controle do desmatamento na Amazônia e a criação do mercado regulado de carbono são dois pontos principais de evolução no caminho da redução de emissões.

O relatório também aponta um aumento de 86% nas ações de fiscalização ambiental, com os autos de infração contra a flora passando de 3.261 em 2020 para 6.077 em 2023. Além disso, o orçamento autorizado para fiscalização ambiental aumentou 49,5%, de R$ 78,1 milhões em 2020 para R$ 116,8 milhões em 2023.

A Necessidade de Ação

No entanto, ainda há muito a ser feito. O relatório identificou 15 áreas sem progresso e uma área com retrocesso em relação às políticas públicas e mudanças climáticas no Brasil em 2023. A governança inclusiva e participativa, a adaptação da política de saúde pública aos impactos climáticos e a consideração dos riscos climáticos nos investimentos do PAC são algumas das áreas que precisam melhorar.

A presidente do Instituto Talanoa, Natalie Unterstell, enfatiza a necessidade de uma indústria de baixo carbono e a resolução da questão da transição energética e da agricultura. Ela também destaca a importância de ações transversais com o envolvimento de diversos órgãos do governo.

Rumo à COP28

À medida que o Brasil se prepara para a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que ocorrerá entre 30 de novembro e 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes, fica claro que o país ainda tem muito a fazer para cumprir seus compromissos climáticos com o Acordo de Paris.

O Brasil, como guardião da Amazônia e uma das maiores economias do mundo, tem um papel crucial a desempenhar na luta global contra as mudanças climáticas. Embora tenha havido progressos, ainda há um longo caminho a percorrer. É imperativo que o Brasil continue a fortalecer suas políticas climáticas e a tomar medidas concretas para reduzir as emissões e proteger sua rica biodiversidade.