O Ministério da Saúde decidiu antecipar a vacinação contra a gripe nos estados da região Norte, devido ao período do “inverno amazônico”, que favorece a circulação e a transmissão do vírus da influenza. A campanha começou no dia 1º de novembro e vai até o dia 15 de dezembro, com o objetivo de reduzir as complicações, as internações e as mortes causadas pela gripe na região.
A meta é imunizar 6,6 milhões de pessoas que fazem parte dos grupos prioritários, que incluem crianças, gestantes, idosos, professores, indígenas, pessoas com doenças crônicas, entre outros. A vacina utilizada é trivalente, ou seja, protege contra três tipos de vírus: Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B. A vacina também ajuda a prevenir casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por influenza.
O Ministério da Saúde distribuiu 5.759.020 doses de vacina para os estados da região Norte, sendo 598.750 para Rondônia, 320.710 para o Acre, 1,5 milhão para o Amazonas, 100 mil para Roraima, 2.788.990 para o Pará, 400.570 para o Amapá e 50 mil para o Tocantins. O dia “D” de mobilização para a vacina está previsto para 25 de novembro, quando os postos de saúde estarão abertos para atender a população.
A gripe é uma infecção respiratória provocada pelo vírus da influenza, que pode causar epidemias sazonais e pandemias. Os principais sintomas são dor no corpo, febre, coriza e tosse, que podem evoluir para sinusite ou pneumonia. A transmissão ocorre por via respiratória, por meio de gotículas de saliva ou secreções. O médico infectologista Werciley Júnior alerta sobre a importância da vacinação e da higiene para prevenir a gripe.
“A vacinação sempre tem que ser incentivada nesse sentido, para aumentar a adesão das pessoas. A gente sabe que tem que aumentar principalmente a população de risco: crianças menores que 5 anos, imunocomprometidos, pessoas que já tem baixa imunidade e pessoas idosas. Essa é uma população que tem que receber vacina. Então, a única maneira de prevenir, além da vacinação habitual, seria de as pessoas fazer higiene. Quem estiver gripado, evitar frequentar aglomerações, fazer higiene de mãos e proteção também”, diz.
O infectologista ressalta ainda que a população deve ficar atenta aos primeiros sinais da infecção para tomar as providências.
“A população também tem que ficar alerta aos primeiros indícios de sintomas para que possa usar a medicação chamada Oseltamivir, que pode fazer o bloqueio também dos quadros graves – Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e casos de Síndrome Gripal (SG)”, explica.
Segundo o Ministério da Saúde, em 2024, a vacinação contra a gripe acontece no primeiro semestre do ano nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Na região Norte vai acontecer no segundo semestre.
Depois do reaparecimento de nuvens de fumaça em alguns pontos de Manaus no final de semana, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta de perigo para a possibilidade de chuvas fortes na capital e em regiões do Amazonas.
O alerta, emitido nesta segunda-feira (20), vale até terça-feira (21) e também abrange regiões dos estados do Acre, Mato Grosso, Pará, Rondônia e Roraima.
De acordo com o Inmet, o alerta vale para as regiões do Vale do Acre, Leste Rondoniense, Centro Amazonense, Sudoeste Amazonense, Norte Mato-grossense, Sul Amazonense, Norte Amazonense, Madeira-Guaporé, Sul de Roraima, Vale do Juruá, Sudoeste Paraense Para terça-feira, o Inmet prevê para a capital a ocorrência de tempo nublado com pancadas de chuva e trovoadas isoladas, a temperatura mínima deve ficar em 28°C e a máxima em 32°C.
Em Manaus, a nuvem de fumaça que deixou o céu cinzento voltou no sábado (18) e pode ser observada até a manhã desta segunda-feira. No início da tarde, a cidade registrou chuvas esparsas em pontos isolados. Segundo o monitoramento do Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (Selva) da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), a qualidade do ar em boa parte da capital ficou moderada.
O estado do Amazonas enfrenta uma seca severa, com o Rio Negro alcançando ao pior marca em 121 anos, quando começaram as medições. No dia 26 de outubro, a cota do rio chegou no nível mais baixo registrado, ficando em 12,7 metros. No início de novembro o rio começou a subir, ficando novamente acima dos 13 metros. Mas a última medição registrada pelo Porto de Manaus, do último dia 17, apontou um recuo no volume, com a calha do rio em 12,96 metros.
Segundo boletim divulgado hoje pela Defesa Civil do Amazonas, os 62 municípios do estado seguem em situação de emergência. São 598 mil pessoas e 150 mil famílias afetadas.
A Defesa Civil disse que, no período de 1º de janeiro a 19 de novembro de 2023, foram registrados 19.339 focos de calor no estados, dos quais 2.801 na região metropolitana de Manaus.
Tombamento já está previsto em artigo da Constituição Federal
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) vai declarar os territórios, elementos naturais, moradias e ritos tradicionais de quilombos como patrimônios culturais do país. O tombamento desses lugares acontecerá depois de 35 anos de espera pelas comunidades quilombolas, já que é previsto na Constituição Federal, que diz que “ficam tombados todos os documentos e sítios detentores de reminiscências históricas de antigos quilombos”.
O instituto divulgou portaria nesta segunda-feira (20), Dia da Consciência Negra, que mostra os requisitos e normas para o reconhecimento desses locais.
Segundo a portaria, poderão passar pelo processo de tombamento: lugares com vestígios materiais de quilombos extintos ou documentos de memória e áreas ocupadas por comunidades quilombolas, que usam tradições ancestrais nas práticas atuais. De acordo com Iphan, a medida significará reconhecimento de nascentes de igarapé, ruínas de pedras no meio de matas e roçados de ervas medicinais.
Qualquer pessoa física ou empresa pode pedir o tombamento, apresentando solicitação a uma unidade do Iphan. Para o processo de tombamento começar, é preciso apresentar certidão de autodefinição das comunidades remanescentes de quilombos, documento emitido pela Fundação Cultural Palmares. Outros documentos são relatório de identificação e delimitação territorial emitido ou aprovado pelo Incra.
Atualmente, apenas o Quilombo do Ambrósio, em Minas Gerais, é tombado.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, destacou que a iniciativa é um passo importante para a preservação da cultura quilombola no país. “Estamos construindo uma história nova com a participação da sociedade”, disse.
Antes da publicação, o texto da portaria passou por consulta pública por 45 dias, período em que foram coletadas 240 manifestações, sendo a maioria de quilombolas. A formulação da portaria contou com o apoio dos ministérios da Cultura, da Igualdade Racial, dos Direitos Humanos e da Cidadania, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da Fundação Cultural Palmares.
Para o presidente do Iphan, Leandro Grass, o tombamento dos quilombos poderá contribuir para o acesso das comunidades a educação e outras políticas públicas. “Esse é um elo da cidadania, elo da reparação histórica tão necessária em um país como o nosso”, afirmou.
Além da portaria, foi criado, em setembro, o Comitê Permanente para Preservação do Patrimônio Cultural de Matriz Africana (Copmaf), com objetivo de aprimorar diretrizes e processos para preservação da cultura africana.
“O Iphan se compromete a endereçar formalmente a responsabilidade de retirar o componente cultural de matriz africana das notas de rodapé dos livros de história, da redução a contribuição culturais e exóticas na culinária e na música, e alça-lo à centralidade de debates”, ressaltou a coordenadora da comitê, Bruna Ferreira.
Seca afeta quase 600 mil pessoas no Amazonas e rios continuam com níveis baixos
A seca que atinge o Amazonas desde o início do ano persiste e coloca todos os 62 municípios do estado em situação de emergência. Segundo a Defesa Civil amazonense, cerca de 598 mil pessoas estão sofrendo com os efeitos da estiagem, que reduziu o volume de chuvas e o nível dos rios.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), as precipitações aumentaram em algumas bacias da região, principalmente no noroeste, mas foram insuficientes para normalizar a situação hidrológica. Em outras áreas, como no norte e no sul, as chuvas ficaram abaixo da média.
A pesquisadora de ciências do SGB, Jussara Cury, explica que os rios do Amazonas chegaram a subir com as chuvas, mas logo voltaram a descer, devido à estabilização das vazões no Alto Solimões e no Alto Rio Negro. Ela afirma que os níveis estão muito baixos por causa da estiagem severa que afetou toda a região.
Cury também aponta que o fenômeno El Niño, que provoca o aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico, e o aquecimento das águas superficiais do Atlântico Tropical Norte contribuíram para a redução das chuvas.
Ela diz que, apesar de novembro marcar o início do período chuvoso, ainda há déficit de precipitação em algumas regiões de cabeceira, como no Rio Madeira, que subiu dois metros e depois voltou a descer. Por isso, as chuvas isoladas são importantes para que a bacia possa se recuperar da seca.
A previsão do tempo para esta sexta-feira (24) indica muitas nuvens com pancadas de chuva e possibilidade de trovoadas isoladas durante a tarde para todo o Amazonas.
Os dados da Defesa Civil do Amazonas mostram que, em Manaus, o nível da calha do Negro é de 12,96 metros; em Beruri, o nível da calha do Purus é de 4,14 metros; em Nova Olinda do Norte, o nível da calha do Madeira é de 6,59 metros; em Guajará, o nível da calha do Juruá é de 4,17 metros; em Parintins, o nível da calha do Baixo Amazonas é de -1,98 metros; em Itacoatiara, o nível da calha do Médio Amazonas é de 0,63 metros; em Careiro da Várzea, o nível da calha do Baixo Solimões é de 0,54 metros; em Fonte Boa, o nível da calha do Médio Solimões é de 9,91 metros; e em Tabatinga, o nível da calha do Alto Solimões é de 3,55 metros.
O planeta está cada vez mais quente, podendo superar em quase 3ºC a temperatura média antes da Revolução Industrial. É o que mostra o Relatório Anual de Lacuna de Emissões 2023, do Pnuma, o braço ambiental da ONU. O documento alerta que o Acordo de Paris, que visa limitar o aquecimento global a 1,5ºC, está longe de ser cumprido.
Para isso, seria preciso cortar 42% das emissões de gases que causam o efeito estufa até 2030. Mas o que se vê é o contrário: as emissões globais subiram 1,2% de 2021 a 2022, batendo o recorde de 57,4 gigatoneladas de Dióxido de Carbono. Isso equivale a 1 bilhão de toneladas por gigatonelada.
A ONU destaca que 2023 foi um ano de extremos climáticos, com 86 dias com temperaturas 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e setembro sendo o mês mais quente já registrado, com média global 1,8°C acima dos níveis pré-industriais.
Para mudar esse cenário, a ONU pede que a COP28, que acontece em Dubai, no final do mês, seja uma oportunidade para aumentar a ambição das ações climáticas. “Os compromissos atuais no âmbito do Acordo de Paris colocam o mundo no caminho para um aumento da temperatura de 2,5ºC a 2,9ºC acima dos níveis pré-industriais neste século, apontando para a necessidade urgente de uma maior ação climática”, diz o relatório.
Entre as medidas necessárias, estão o fim da produção e uso de carvão até 2040; e uma redução de pelo menos três quartos na produção e uso de petróleo e gás até 2050, em relação aos níveis de 2020. “O potencial fracasso dessas medidas para se desenvolver em escala que exige uma eliminação global ainda mais rápida de todos os combustíveis fósseis”, complementa o estudo.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, criticou os governos que estão aumentando a produção de combustíveis fósseis. “Não podemos enfrentar a catástrofe climática sem combater sua causa raiz: a dependência de combustíveis fósseis. A COP28 deve enviar um sinal claro visando o fim da era dos combustíveis fósseis”, afirmou.
“Precisamos de compromissos confiáveis para aumentar as energias renováveis, eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e aumentar a eficiência energética, garantindo uma transição justa e equitativa”, acrescentou.
O relatório também defende que uma transição equitativa da produção de combustíveis fósseis deve levar em conta as responsabilidades e capacidades diferenciadas dos países. “Governos com maior capacidade de transição devem visar reduções mais ambiciosas e ajudar a financiar os processos de transição em países com capacidades limitadas”, diz o documento.
Além disso, o relatório pede aos governos que sejam mais transparentes com relação a planos e projeções relacionados à produção de combustíveis fósseis e ao alinhamento com as metas climáticas nacionais e internacionais.
“Os principais países produtores se comprometeram a alcançar emissões líquidas zero e lançaram iniciativas para reduzir as emissões da produção de combustíveis fósseis, mas nenhum se comprometeu a reduzir a produção de carvão, petróleo e gás, de acordo com a limitação do aquecimento a 1,5ºC”, diz o relatório.
O Relatório Anual de Lacuna de Emissões avalia o avanço no planejamento, financiamento e implementação de ações para se adaptar às mudanças climáticas. Ele revela que os países em desenvolvimento precisam de 50% mais recursos do que o estimado anteriormente.
Segundo a ONU, os países em desenvolvimento terão que gastar US$ 215 bilhões por ano nesta década para se adaptar aos efeitos do aquecimento global, e que as prioridades domésticas de adaptação exigem US$ 387 bilhões por ano.
No entanto, esses recursos estão escassos, pois os fluxos financeiros para a adaptação caíram 15%, chegando a apenas US$ 21 bilhões em 2021.
Os moradores de São Paulo certamente se lembram do evento ocorrido em 19 de agosto de 2019, quando nuvens escuras cobriram o céu e o dia virou noite na cidade. O fenômeno não foi causado pela poluição local nem por emissões produzidas no próprio Estado, mas pelo enorme aporte de material particulado proveniente de queimadas na região amazônica, a milhares de quilômetros de distância. A escuridão deixou claro – se já não estava – que tudo se encontra interligado e aquilo que acontece em uma ponta pode repercutir muito longe de seu local de origem.
Mas, independentemente de eventos extremos como o citado acima, a qualidade do ar na maior metrópole brasileira não atende, em algumas épocas do ano, aos padrões estabelecidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), e menos ainda às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), que são mais rigorosas. Quem diz isso é a pesquisadora Regina Maura de Miranda, professora da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Ela coordenou, juntamente com colaboradores, um estudo que levantou, no período compreendido entre o inverno de 2019 e o inverno de 2020, indicadores de poluição do ar na Região Metropolitana de São Paulo. Os resultados foram publicados na revista Atmosphere.
“Em relação ao material particulado, foco do nosso estudo, verificamos que a situação tende a se agravar nos meses de inverno, quando ocorrem queimadas no interior do Estado, em outras regiões do país e até em outros países, como Bolívia e Paraguai, e as condições de circulação atmosférica são favoráveis para que essa poluição chegue próxima à superfície da cidade de São Paulo. Nesses períodos, há maior contribuição de partículas com diâmetros menores, que interagem mais eficientemente com a radiação solar, intensificando o seu efeito climático e impactando a saúde humana”, afirma Miranda.
A pesquisa caracterizou material particulado fino, o chamado MP2,5, que engloba partículas com diâmetro inferior a 2,5 micrômetros, e relacionou dados de composição química obtidos na superfície com parâmetros ópticos observados na coluna atmosférica. Medições foram feitas a cada 60 segundos e, depois, a média diária foi calculada. De acordo com o estudo, essas médias diárias excederam em 75 dias o padrão de qualidade do ar recomendado pela OMS.
“Por meio da aplicação de um modelo apropriado para análise de dados ambientais, identificamos quatro fontes principais de aerossóis: veículos pesados [42%], poeira do solo mais fontes locais [38,7%], veículos leves [9,9%] e fontes locais [8,6%]”, informa Miranda. Na rubrica “fontes locais”, estão enquadrados tanto o material originado em emissões industriais ou queimadas realizadas nas periferias da cidade e no interior do Estado quanto material proveniente de queimadas distantes. “Durante o período seco, principalmente entre julho e outubro, a queima de biomassa no Brasil Central e interior paulista libera grandes quantidades de gases e partículas. Levados por processos turbulentos gerados pelas queimadas a camadas relativamente elevadas da atmosfera, esses gases e partículas são conduzidos pelos ventos, podendo alcançar a Região Metropolitana de São Paulo, como se deu de forma explícita em agosto de 2019”, acrescenta a pesquisadora.
Emissão veicular
Entre os vários tipos de poluentes, ela destaca, devido às fontes na região estudada, a importância do chamado black carbon (BC), constituído principalmente por carbono emitido por veículos pesados movidos a diesel ou pela queima de biomassa. Além dos males que pode causar ao sistema respiratório, esse material preocupa por outro motivo. Absorvendo a radiação solar na faixa do espectro visível e infravermelho próximo, o BC pode contribuir para o aquecimento da atmosfera localmente, agravando os efeitos do aquecimento global. Nos anos de 2019 e 2020, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelou que ocorreram, respectivamente, 197.632 e 222.797 focos de incêndio no país.
“Nosso estudo foi realizado no campus da EACH-USP, na Zona Leste de São Paulo. Trata-se de uma área com mais de 6 milhões de habitantes, bastante industrializada, e cortada por estradas com tráfego intenso de veículos. Nela também está sediado o maior aeroporto do país. Solo impermeabilizado por asfalto e outros tipos de cobertura, ilhas de calor e alta concentração de poluentes fazem parte do contexto. Para caracterizar os tipos e concentrações dos aerossóis, sua composição química, propriedades ópticas e variabilidade sazonal, o estudo foi conduzido em diferentes estações, tanto no período seco quanto no chuvoso”, conta Miranda.
Quanto à composição química, o estudo mostrou elevada concentração de elementos oriundos do solo, como alumínio (Al), silício (Si), cálcio (Ca) e ferro (Fe). Mas também identificou vários elementos lançados no ar pela atividade humana, como enxofre (S), resultante principalmente de processos de combustão; bromo (Br) e cálcio (Ca), utilizados em lubrificantes e aditivos em veículos leves; cobre (Cu) e zinco (Zn), empregados como antioxidantes em óleos de motor; potássio (K), proveniente da queima de biomassa; e cloro (Cl), liberado por plásticos queimados junto com o lixo doméstico.
“O período estudado foi, de certa forma, atípico, porque, no auge da pandemia, houve uma redução drástica na emissão de poluentes. Mesmo assim, as recomendações da OMS foram ultrapassadas. Queremos divulgar, em um próximo artigo, os dados colhidos nos anos seguintes. E avançar o estudo, investigando os aerossóis secundários, gerados pelas reações químicas dos poluentes primários na atmosfera”, comenta a pesquisadora.
A investigação faz parte do trabalho de mestrado de Erick Vinícius Ramos Vieira, orientando de Regina Maura de Miranda e primeiro autor do artigo. E foi apoiado pela FAPESP por meio de Auxílio à Pesquisa, concedido a Miranda.
O artigo Chemical Characterization and Optical Properties of the Aerosol in São Paulo, Brazil pode ser lido em: www.mdpi.com/2073-4433/14/9/1460.
A convite do governo da França, a FAPESP participou da primeira cúpula internacional sobre glaciares e polo, One Planet – Polar Summit, realizada no Museu Nacional de História Natural, em Paris, nos dias 8 e 9 de novembro, no âmbito do Paris Peace Forum.
Apoiado pela Organização Meteorológica Mundial (OMM) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o encontro reuniu pesquisadores, especialistas, ONGs, representantes de povos originários das diversas regiões e representantes do setor privado de mais de 40 países e, num segundo momento, lideranças políticas.
“O encontro teve como objetivo alertar para o impacto das mudanças climáticas na criosfera [todos os elementos do sistema terrestre contendo água no estado sólido]. Já se registram recuos considerados irreversíveis em cerca de 200 mil glaciares na África, Américas, Antártida, Ásia, Europa e Oceania e teme-se que pelo menos metade desses glaciares seja perdida até 2100”, afirmou o presidente da FAPESP, Marco Antonio Zago, que esteve presente à reunião ao lado do diretor administrativo da Fundação, Fernando Menezes.
A preocupação com os glaciares mobiliza desde 2022 o governo francês, que passou a investir em pesquisa e buscar cooperação internacional para a preservação da criosfera. Ao final do encontro, foi publicada a “Paris Call for Glaciers and Poles”. O documento apela por mais investigação científica sobre a criosfera que leve em conta o conhecimento das comunidades locais e dos povos indígenas, por financiamento conjunto de programas de investigação, monitoramento e proteção para a criosfera e pelo compartilhamento de dados sobre esses ecossistemas e propõe uma Década de Ciência Glacial e Polar/Criosfera para o período de 2025 a 2035.
Sugere também o incentivo à educação sobre questões polares e glaciais, de forma a aumentar a conscientização do público sobre a importância das geleiras, da neve e do gelo no ciclo climático e hidrológico, assim como das características específicas da biodiversidade polar.
Mais informações sobre o encontro estão disponíveis em: oneplanetsummit.fr/en/events-16/one-planet-polar-summit-284.
Cooperação internacional
Em Paris, Zago e Menezes, a convite da embaixada do Brasil, participaram do 3º Encontro da Diáspora de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, no dia 9 de novembro, que reuniu mais de uma centena de pesquisadores e empreendedores brasileiros.
Marco Antonio Zago, presidente da FAPESP (foto: FAPESP)
“Informei àqueles interessados em retornar ao país que a FAPESP dispõe de um conjunto de instrumentos de apoio que lhes permitiria estabelecer-se em São Paulo. Àqueles já integrados nos ecossistemas de pesquisa e inovação francês, lembrei que a FAPESP oferece alternativas de colaboração por meio de acordos com agências de fomento, universidades e instituições de pesquisa”, diz Zago.
A FAPESP mantém acordos de colaboração também com a Agence Nationale de la Recherche (ANR), o Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) e a French Foundation for Biodiversity Research (FRB), entre outras entidades, além de uma dezena de instituições de ensino superior e pesquisa em todo o país.
A FAPESP e a ANR, por exemplo, têm renovado sucessivamente um acordo bilateral firmado em 2011 e, nos últimos anos, registra aumento no número de submissões. O edital de 2023 recebeu 44 propostas, sendo dez aprovadas. A chamada 2024, que passou a incluir temas relacionados à saúde, ainda está em curso, mas já registra número recorde de 74 consultas de elegibilidade.
“Junto com a ANR, participamos também de iniciativas multilaterais como, por exemplo, o Belmont Forum, o Global Research Collaboration for Infectious Disease Preparedness (GloPID-R), a Trans-Atlantic Platform for Social Sciences and Humanities (T-AP), entre outras”, lembrou Zago. “Nesta visita à França, aliás, fomos recebidos por dois diretores, Dominique Dunon-Bluteau, de Operações Científicas, e Honorata Plewinska, de colaborações bilaterais, com o objetivo de estreitar ainda mais essa colaboração.”
Estudo divulgado no Chemical Engineering Journal descreve uma estratégia para produzir um material à base de óxido de zinco (ZnO) capaz de degradar a molécula de sertralina – fármaco antidepressivo que, assim como outras drogas do tipo, tem sido identificado em águas superficiais de todo o mundo, sendo considerado um poluente emergente. Esse tipo de substância possui certas propriedades físico-químicas que dificultam sua remoção pelos métodos convencionais de tratamento da água.
A pesquisa recebeu apoio da FAPESP e envolveu pesquisadores do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e das universidades Federal de Alfenas (Unifal) e Federal da Paraíba (UFPB). O CDMF é um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O grupo descreveu uma estratégia para produzir estruturas hierárquicas de óxido de zinco (ZnO) 3D capazes de promover a degradação fotocatalítica da sertralina com alta performance.
Aplicando o método hidrotérmico assistido por micro-ondas e o planejamento de experimentos, condições sintéticas otimizadas foram selecionadas para produzir fotocatalisadores de ZnO com estrutura 3D em apenas dez minutos. Para correlacionar as propriedades físico-químicas e fotocatalíticas dos materiais com as condições sintéticas investigadas, foi utilizada a análise de componentes principais (PCA), ainda pouco explorada em síntese de materiais.
Os resultados mostraram que o uso das ferramentas quimiométricas é de grande relevância para estudar sistemas sintéticos que geram significativas quantidades de dados experimentais.
Assim, identificadas as amostras com maior potencial para remediação ambiental, a atividade fotocatalítica do ZnO 3D mostrou alta performance para degradar um corante orgânico e o poluente emergente sertralina em águas naturais. Os resultados confirmaram que o ZnO 3D produzido é capaz de absorver a energia luminosa (luz ultravioleta dos tipos A e C) para promover eficientemente a foto-oxidação da água, produzindo espécies oxidantes responsáveis pela degradação dos contaminantes orgânicos.
Os resultados de aplicação, de reúso em até cinco ciclos e de toxicidade usando organismos vegetais confirmam que a atividade fotocatalítica se mantém elevada e que os materiais não exibem toxicidade associada para os organismos testados. Isso ocorre porque a estrutura cristalina, a morfologia e outras propriedades são mantidas mesmo após os cinco ciclos, evidenciando a estabilidade do fotocatalisador.
Segundo os autores, esses resultados mostraram-se competitivos em comparação a outros materiais presentes na literatura, permitindo que se investigue agora o desempenho do fotocatalisador em sistemas reais de tratamento de águas contaminadas.
Na avaliação de Ailton Moreira, pesquisador do CDMF e autor correspondente do artigo, um dos destaques do trabalho foi a escolha do contaminante emergente sertralina para os estudos de aplicação. Moreira aponta que o descarte inadequado de produtos farmacêuticos vem causando muitos problemas de contaminação ambiental e, no caso da sertralina, foram identificados poucos estudos com a proposta de tratamento por meio da fotocatálise heterogênea. O pesquisador destaca ainda que o tema é muito atual em razão dos riscos à saúde e ao meio ambiente trazidos pelos poluentes.
Em razão dos resultados, a perspectiva para o futuro próximo é testar o ZnO 3D para a degradação de outros poluentes emergentes isolados ou misturas que utilizem matrizes ainda mais complexas, como os efluentes de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) doméstico ou hospitalar. A equipe e outros pesquisadores planejam ampliar os estudos em uma ETE no município de Gavião Peixoto (SP).
O artigo Hierarchical structure of 3D ZnO experimentally designed to achieve high performance in the sertraline photocatalysis in natural waters pode ser lido em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1385894723049665?via%3Dihub.
* Com informações do CDMF, um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão da FAPESP.
Um jogo educativo para computador intitulado “Floresta Virtual” foi desenvolvido pela equipe do Espaço Interativo de Ciências (EIC) – grupo ligado ao Centro de Pesquisa e Inovação em Biodiversidade e Fármacos (CIBFar), um Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da FAPESP sediado no Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP).
O jogo permite aos usuários se conectar com a Amazônia de forma lúdica. A floresta é explorada por meio de simulação em 3D realista, utilizando ferramentas digitais, que permitem ao visitante conhecer representantes da flora e fauna do bioma, bem como o conhecimento dele extraído por diferentes etnias dos povos originários.
O passeio em 3D é guiado por uma seta, localizada na parte superior da tela, que auxilia o jogador a localizar diferentes plantas, animais e curiosidades da floresta. Durante a navegação, o jogador pode interagir com elementos que compõem a floresta, adquirindo conhecimentos gerais e específicos sobre plantas e animais que ali habitam. Ao longo do percurso o usuário poderá participar de questionários e conquistar bonificações que o estimularão a interagir com os elementos da mídia e testar os conhecimentos adquiridos.
O desenvolvimento do jogo envolveu uma equipe multidisciplinar de especialistas e estudantes de diferentes áreas, tanto de tecnologia da informação como de ciências da natureza, sob a orientação geral da professora Leila Beltramini, do IFSC-USP. Destinado ao público infantojuvenil, o game é indicado para ser usado nas escolas e também para entretenimento do público geral. Foi desenvolvido para ser acessado pelo navegador e está disponível para download gratuito pelo site do EIC.
O município de Caconde é o maior produtor de café do Estado de São Paulo. Se por um lado a altitude elevada garante a qualidade do grão ali cultivado, por muito tempo foi um problema para a comunicação entre os cafeicultores e o resto do mundo, uma vez que internet e telefonia móvel se popularizaram na zona rural apenas a partir de 2019. A maioria dos cerca de 2 mil produtores rurais do município, distante 287 quilômetros da capital paulista, reside em suas propriedades.
O potencial da conectividade para os agricultores de Caconde, 96,3% deles com propriedades de até 88 hectares, que começa a ser explorado, vem ganhando impulso com a instalação do Distrito Agrotecnológico (DAT) há pouco mais de um ano.
O DAT do município é um dos cinco previstos para o Estado de São Paulo no âmbito do Centro de Ciência para o Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD-AD/Semear Digital), sediado na Embrapa Agricultura Digital, em Campinas, em parceria com o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPQD), a FAPESP e uma série de outros parceiros.
No total, dez DATs serão instalados por todo o país ao longo da duração do projeto (leia mais em: agencia.fapesp.br/41128/ e agencia.fapesp.br/50214).
Para Ademar Pereira, presidente do Sindicato Rural de Caconde e coordenador do DAT do município, a conectividade fez um grande trabalho de inclusão digital. “Ela se tornou uma ferramenta de trabalho, seja para verificar se há um insumo disponível na cooperativa, seja para acessar diretamente um potencial cliente, como uma cafeteria, em vez de vender para um atravessador”, comenta.
No dia a dia das casas da zona rural, tarefas básicas como pagamento de contas, marcação de consultas médicas e compras pela internet se destacam na fala dos moradores como facilidades inexistentes até pouco tempo atrás.
O DAT de Caconde foi um dos pilotos para a implantação do modelo do Semear Digital. O outro foi o de São Miguel Arcanjo, município dedicado à horticultura e fruticultura a cerca de 180 quilômetros de São Paulo.
Café com peixe
“O objetivo do Distrito Agrotecnológico é a implantação de conectividade, capacitação e desenvolvimento de tecnologias de agricultura digital para melhorar o trabalho do agricultor. Aqui em Caconde, atuamos há pouco mais de um ano com foco no café, fazendo toda uma capacitação e manejo, melhorando a produção e verificando possibilidades de implantação de tecnologias digitais”, explica Luciana Romani, pesquisadora da Embrapa Agricultura Digital e coordenadora do Semear Digital.
Funcionário alimenta tilápias em tanque-rede na represa de Caconde: produtor espera melhorar gestão da propriedade e recursos com ajuda de tecnologia (foto: Lilian Alves/Embrapa Agricultura Digital)
Romani conta ainda que, mais recentemente, a equipe do centro verificou uma demanda dos piscicultores, muitos também cafeicultores, por tecnologias para melhorar o manejo da produção de tilápia. O peixe é cultivado em tanques-rede na represa do município e em tanques escavados nas propriedades.
“A digitalização poderia agilizar o serviço, facilitar um manejo mais correto, com melhor controle das condições da água e da ração, além de uma gestão mais eficiente da propriedade, como saber melhor os custos da produção, por exemplo”, diz à Agência FAPESP Giuliano Matias Dias, às margens da represa da cidade, onde possui 250 tanques-rede, com cerca de 1.500 peixes cada um.
No dia da visita da Agência FAPESP a Caconde, a startup Teletanque realizava um treinamento com piscicultores para melhorar a gestão dos tanques e das propriedades, com a ajuda do aplicativo criado pela empresa.
Treinamento de piscicultores para uso de aplicativo para gestão da produção de tilápias: parceria com startups é parte dos objetivos dos DATs para alavancar pequenos produtores (foto: Lilian Alves/Embrapa Agricultura Digital)
Com dados inseridos pelo produtor e outros coletados remotamente por sensores na água, o sistema permite gerenciar diversos aspectos da produção, de forma a reduzir o desperdício e aumentar a produtividade.
Novos mercados
Na produção de café, as principais demandas dos produtores no início do projeto eram o rastreamento e a certificação do produto, gestão da propriedade, compra e venda de insumos, além da busca de compradores que praticassem preços melhores que os do mercado, buscando por nichos para cafés especiais. Outra demanda era de previsão de riscos climáticos.
Algumas soluções podem se dar com tecnologias desenvolvidas pela própria Embrapa Agricultura Digital, em aplicativos como Agritempo Móvel, Plantio Certo e Bioinsumos, que devem ser objeto de treinamento dos produtores por técnicos do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), parceiros do Semear Digital.
Como parte dos objetivos do DAT, busca-se ainda startups parceiras que possam atender às demandas dos produtores de Caconde.
“O café daqui, como é produzido em áreas de altas altitudes [até cerca de 1.400 metros acima do nível do mar], tem uma qualidade superior, por isso merece um diferencial do mercado. Daí que a rastreabilidade e nichos de mercado são importantíssimos para conseguir preços melhores”, afirma Ariovaldo Luchiari Junior, pesquisador da Embrapa Agricultura Digital, que acompanha os produtores de Caconde antes mesmo da instalação do DAT.
O agricultor Paulo Cesar Ielo Dissordi ainda precisa da ajuda da filha para lidar com muitas das aplicações às quais agora tem acesso graças à conectividade, mas quer ir além. Sua propriedade, que abriga uma das antenas que distribuiu o sinal da internet no município, tem 30 hectares plantados de café. Ele agora investe no próprio rótulo e tem muitas expectativas em relação ao DAT. “Quero treinamento para trabalhar com marketing digital e divulgar minha marca”, anseia.
O debate em torno do fortalecimento de projetos e desenvolvimento rural sustentável e de ações de regularizações fundiárias fizeram parte das abordagens, nesta quarta-feira (08/11), das câmaras setoriais de agricultura e economia verde e dos institutos e secretarias de terra da Amazônia Legal, que compõem a programação do 26º Fórum de Governadores da Amazônia Legal.
O evento acontece, entre os dias 8 e 10 de novembro, no centro de convenções Vasco Vasques, em Manaus.
O fórum reúne discussões focadas na preservação da região amazônica e na população local como protagonistas.
Entre os temas em debate estão agricultura, meio ambiente, segurança pública e fazenda.
Em torno da agricultura, os secretários e representantes das secretarias de produção rural dos estados discutiram alternativas para criar desenvolvimento sustentável nos sistemas do setor primário.
O fomento da assistência técnica rural, às iniciativas e interlocuções para captação de recursos, por meio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura na Amazônia, e linhas de financiamentos para os produtores rurais através do Banco da Amazônia (Basa), foram pautados na reunião.
“Foi um dia muito proveitoso no fórum dos governadores. Iniciamos as discussões sobre fortalecimento da assistência técnica e extensão rural, em que temos em nosso estado o Idam, que é o órgão oficial de assistência técnica e extensão rural. A nossa assistência técnica e extensão rural tem um custo diferencial na Amazônia, pois temos características geográficas diferentes do restante do país”, disse o titular da Secretaria de Produção Rural (Sepror) do Amazonas, Daniel Borges.
A coordenadora de parcerias e câmara setoriais do Consórcio da Amazônia Legal, Beatriz Narita, destacou a importância das tratativas para o setor rural.
“No último fórum em Cuiabá, no ano passado, foi instituída a câmara setorial de agricultura e economia verde. E hoje foram discutidos temas essenciais para destravar o setor agropecuário; contamos representantes do Basa para tratar sobre requisitos que eles exigem para financiamento de linhas de crédito para produtores; foram tratadas possibilidades de parcerias com o IICA e dados alguns encaminhamentos de reuniões que já haviam sido tratadas com secretários relacionadas à participação no Conselho Nacional de Agricultura Familiar”.
Alinhamentos na pauta fundiária
Nas discussões dos institutos e secretarias de terra da Amazônia Legal, foram abordados os assuntos sobre o diagnóstico da regularização fundiária e a formalização da câmara setorial de governança fundiária e ações regionais estratégicas.
“Esse evento é muito importante porque a gente se aproxima dos outros estados. De 2022 até hoje, já entregamos mais de 1.200 títulos de terra em Manaus. A nossa meta é entregar mais 730, até o final do ano, sendo 600 em Manaus e mais 130 na cidade de Novo Airão. Então esse evento ajuda a estreitar laços de projetos e de conteúdos de outros estados na implantação da regularização fundiária”, disse o secretário de Cidades e Territórios, João Coelho Braga.
Os secretários e presidentes dos órgãos de terra dos estados da Amazônia Legal se reúnem há alguns anos no formato de fórum.
E com o intuito de avançar nas pautas fundiárias, será criado durante a assembleia de governadores, que será realizado no dia 10, a formalização de uma câmara setorial de governança fundiária da Amazônia Legal.
“Esse evento mostra a preocupação dos governadores da Amazônia com essa pauta da regularização fundiária, que é estruturante para as demais políticas públicas. Estamos direcionando as ações para criar esse ambiente de segurança jurídica para que as pessoas e as atividades consigam se desenvolver e um ambiente de estabilidade social”, disse o presidente do Instituto de Terras do Pará, Bruno Kono.
É inegável a importância das áreas protegidas, que contribuem para garantir a conservação de espécies da fauna e flora, impedir a emissão de bilhões de toneladas de carbono na atmosfera, preservar recursos essenciais para a manutenção da vida de todos os seres vivos. Ainda assim, um novo e amplo estudo na Amazônia comprovou mais uma grande destaque das áreas protegidas: de 2003 a 2020, tais áreas registraram 67% menos área queimada do que locais sem proteção.
Publicado na edição de dezembro da revista científica Ecological Economics, este é o maior estudo sobre a contribuição das áreas protegidas para a redução do fogo na bacia amazônica.
Os pesquisadores analisaram mais de 87 mil pixels – um pixel é igual a uma área de 25 km² – capturados via satélite, ao longo de 18 anos, para a região de 6 milhões de km². Em cada pixel, ou em cada pedaço protegido de 25 km², o estudo descobriu que a ocorrência de fogo causado por ação humana pode chegar a ser 12% menor.
A Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. Foto: Tamara Saré | Agência Pará
Para calcular o efeito “contra fogo”, o grupo considerou diferentes tipos de áreas protegidas, divididas entre as de uso direto, como as Unidades de Conservação de Uso Sustentável (ex.: Áreas de Proteção Ambiental, Reservas Extrativistas e Florestas Nacionais); e as de uso indireto, como as Unidades de Conservação de Proteção Integral (ex.: Parques e Reservas Biológicas).
“Os resultados são robustos e indicam que a maior redução de fogo foi encontrada nas áreas protegidas estaduais. Isso é especialmente inédito, e bastante relevante para a discussão de melhorias na gestão dessas áreas”, diz Ana Carolina Pessôa, pesquisadora do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e principal autora do artigo.
Estudo pioneiro
O estudo é o primeiro do tipo com uma grande escala temporal e geográfica na bacia amazônica. Também é pioneiro ao contribuir para a superação de desafios metodológicos encontrados em pesquisas anteriores, propondo soluções para problemas estatísticos devido ao enviesamento na seleção dos dados e a fatores que poderiam influenciar a ocorrência de fogo nas áreas protegidas, por exemplo, o desmatamento e as mudanças climáticas.
“É importante ressaltar que estamos falando do fogo causado por ação humana em toda a Amazônia, seja o fogo usado culturalmente, de manejo agrícola, ou até o iniciado de maneira criminosa intencional. De modo geral, podemos afirmar que a criação de áreas protegidas que antes já haviam sido consideradas escudos para o desmatamento, também diminuem o fogo”, explica a pesquisadora.
Desmatamento em áreas protegidas
De 2017 a 2020, o desmatamento anual na Amazônia caiu 11% em relação ao registrado de 2003 a 2016, mas cresceu 74% dentro de áreas protegidas no mesmo período. Já a área queimada de 2017 a 2020 foi 10% menor em toda a bacia amazônica, aumentando em 18% nas áreas protegidas. Isso mostra que apesar de serem efetivas, essas áreas também são ameaçadas.
A expansão agropecuária e a degradação florestal oferecem riscos às áreas protegidas, na medida em que aumentam a probabilidade de um incêndio cruzar os limites de suas bordas e afetar a sociobiodiversidade nesses locais. Isso porque a vegetação fragmentada fica mais exposta e vulnerável ao alastramento do fogo.
Os pesquisadores indicam que os resultados do estudo podem nortear políticas públicas de fortalecimento e criação de áreas protegidas na bacia amazônica. Na Amazônia brasileira, uma das propostas é a designação de florestas públicas não destinadas para unidades de conservação.
“As áreas protegidas podem ajudar a cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 e a mitigar as mudanças climáticas, aumentando a capacidade global de sequestro de carbono”, diz um trecho do artigo.
Guaraná da Amazônia. Foto: PPA
Sem investimento em áreas protegidas, alertam os autores, as ameaças já correntes podem acabar com os efeitos benéficos da proteção dos ecossistemas, comprometendo as metas climáticas nacionais no Acordo de Paris.
“O novo governo brasileiro deveria investir na fiscalização de áreas protegidas. É uma recomendação que decorre do poder, evidenciado neste estudo, de proteção para conter distúrbios ambientais capazes de cruzar os limites das unidades de conservação”, sugerem os autores.
O ano está chegando ao fim e itens como agenda para 2024 já começam a ser vendidas. Mais um ano, em parceria com a Papelaria Fauna, a organização ambiental WWF-Brasil aproveita a ocasião para lançar uma série de itens que retratam a biodiversidade brasileira.
Baru, Capivara, Guará, Ipê-rosa, Onça-pintada, Pau-rosa, Tamanduá-bandeira e Veado-campeiro são alguns dos personagens que ilustram a linha de agendas, calendários e blocos de anotações.
A coleção 2024 “Mora no Brasil” traz peças com imagens de espécies que habitam a Amazônia, a Caatinga, o Cerrado, a Mata Atlântica, os Pampas, o Pantanal e o ecossistema marinho.
Blocos de anotações
Os produtos estão à venda na loja online da Fauna e parte dos lucros será destinada à principal iniciativa de Educação do WWF-Brasil, a Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas, que acontece anualmente.
Todos os itens são produzidos com materiais que respeitam o meio ambiente e as pessoas em todo seu processo de produção e venda. A Fauna conta com o selo FSC e as empresas escolhidas seguem as orientações da legislação brasileira, com relação aos direitos fundamentais dos trabalhadores, estabelecidos nas convenções da Organização Internacional de Trabalho, na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Convenção das Nações Unidas.
Coleção Mora no Brasil
A representatividade ambiental e a importância ecológica foram decisivas na seleção das espécies para a produção da coleção, com o intuito de mostrar a diversidade de vida presente do nosso país.
“Para ilustrar os materiais escolhemos símbolos dos nossos biomas e ecossistemas. Buscamos mostrar animais populares, como a Capivara, e espécies ameaçadas como a Onça-pintada e a Ararinha-azul – ave endêmica da Caatinga e que hoje é considerada quase extinta da natureza por conta da perda de habitat e do tráfico internacional”, afirma a designer Natália Mastrela, responsável pela coleção Mora no Brasil e criadora da Fauna.
Este é o segundo ano da parceria do WWF-Brasil com a Papelaria Fauna. Além de adquirir um item ecológico, a proposta é atender a busca que cada um de nós tem por mais conexão com a natureza, trazendo informações sobre a biodiversidade brasileira e a importância da causa socioambiental. As ilustrações da coleção foram inspiradas na curadoria de referências técnicas que a equipe de biólogos do WWF-Brasil realizou.
“Neste momento de emergência climática, o WWF-Brasil trabalha coletivamente com urgência na defesa da vida. No combate à destruição da natureza, na conservação e restauração de ecossistemas, acreditamos nas alianças por uma sociedade mais justa e saudável. Por meio da coleção Mora no Brasil, cada pessoa poderá fazer parte da nossa jornada diariamente, acompanhada das espécies de fauna e flora que nos inspiram esperança”, diz Gabriela Yamaguchi, Diretora de Engajamento do WWF-Brasil.
Calendário de Parede
Confira abaixo cada item que compõe a coleção:
Calendário de Parede 2024: tamanho 36x25cm, com 12 páginas, com espaço para anotações e informações sobre as espécies representadas. R$ 67,60.
Calendário de Mesa 2024: tamanho 18×13 cm, com 24 páginas, com espaço para anotações e informações sobre as espécies representadas. R$ 53,30.
Agenda 2024 – Capa 1 (fundo azul claro): Traz as espécies de animais como a Onça-pintada, Pato-mergulhão, Tamanduá-bandeira e Udu-de-coroa-azul. Tamanho 15x21cm – 160 páginas, 1 divisória por mês, bolso interno para guardar papéis. R$ 132,60.
Agenda 2024 – Capa 2 (fundo verde): Traz as espécies de animais: Capivara, Guará, veado-campeiro e Macaco-aranha-da-testa-branca. Tamanho 15x21cm – 160 páginas, 1 divisória por mês, bolso interno para guardar papéis. R$ 132,60.
Blocos de anotações: Capivara, Tartaruga-oliva ou Pato-mergulhão – tamanho 10x7cm (sem pauta) R$ 13,80;
Blocos de anotações: Onça-pintada ou Tamanduá-bandeira – tamanho 10x14cm (com pauta e sem pauta). R$ 18,60.
Saiba mais sobre as espécies brasileiras ilustradas:
Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii) – endêmica da Caatinga, ela é frequentemente confundida com a Arara-azul. Com características e hábitos diferentes, a Ararinha-azul tem a cor azul predominante na plumagem dos adultos, mas há uma presença discreta de tons esverdeados na parte superior de seu corpo.
Aroeira (Schinus terebinthifolia) – presente em praticamente todo o Brasil, do qual é nativa, ela é considerada uma planta atrativa para a fauna. Seus frutos são aromáticos e utilizados como condimentos.
Baleia-franca (Eubalaena australis) – conhecidas por sua natureza gentil, elas são símbolo de equilíbrio ecológico nos oceanos do Hemisfério Sul, onde costumam viver. No Brasil, podem ser observadas a poucos metros da costa durante os meses de Inverno e Primavera desde o Rio Grande do Sul até o Sul da Bahia. Mas é no litoral de Santa Catarina onde ocorre maior concentração durante o período migratório de reprodução, já que inúmeras baías e enseadas de águas calmas atraem as fêmeas e seus filhotes.
Barriguda(Ceiba glaziovii) – árvore nativa do Nordeste, esta espécie característica daCaatinga também é chamada de paineira-branca.
Baru (Dipteryx alata) – fruto nativo do Cerrado. É bastante nutritivo e atrai diversas espécies da fauna, sendo cada vez mais apreciado como ‘castanha de baru’ utilizado em receitas regionais.
Baru é uma castanha nativa do cerrado. A oleaginosa tem propriedades antioxidantes, é rica em vitamina E, zinco, ferro, potássio, cálcio, fósforo, magnésio e ácidos graxos. Além de ajudar a diminuir o colesterol e a combater doenças cardiovasculares, estudos mostram que o baru também ajuda a diminuir os riscos de Alzheimer, diabetes, obesidade e câncer.
Cafeeiro-da-mato (Psychotria sp) – espécie nativa da Floresta Amazônica.
Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris) – considerado o maior roedor do mundo, a Capivara está presente em todo o território nacional. Comum às margens de lagos e rios em áreas urbanas, a espécie vive em grupo e é considerada tranquila. Com membranas nas patinhas, elas são ótimas nadadoras, podendo ficar por até 10 minutos embaixo da água.
Estrela-branca (Nymphoides humboldtiana) – espécie vegetal aquática nativa que floresce e frutifica a maior parte do ano. Está amplamente distribuída no país.
Guará (Eudocimus ruber) – ave característica dos manguezais do litoral da América do Sul e da Região Norte a Sul do litoral brasileiro. Sua plumagem vermelha intensa, característica marcante da espécie, é resultado de uma dieta à base de caranguejo, portanto, rica em betacaroteno. Ave sociável e solidária na proteção dos jovens, os membros adultos ficam próximos e a reprodução é feita em colônias. Por segurança, constroem seus ninhos em árvores bem acima da água, mesmo gostando de áreas úmidas e lamacentas, como pântanos.
Ipê-rosa (Tabebuia impetiginosa) – natural do Brasil. É encontrada praticamente em todo o país, sendo muito visitada por abelhas. A dispersão de frutos e sementes ocorre com ajuda do vento.
Macaco-aranha-da-testa-branca(Ateles marginatus) – considerado um dos maiores primatas das Américas, ele se diferencia dos demais macacos-aranhas pelo corpo todo preto, exceto pelo rosto onde tem pelagem branca na testa e queixo. Endêmico do Brasil, a espécie é encontrada nos Pará e Mato Grosso.
Mangue-vermelho (Rhizophora mangle) – árvore símbolo do manguezal. Suas sementes iniciam a germinação ainda presas à planta materna ou caindo nos solos de sedimento lodoso.
Onça-pintada (Panthera onca) – é o maior felino das Américas e espécie emblemática das florestas brasileiras. A espécie está presente em quase todos os biomas brasileiros, entre eles a Mata Atlântica, tendo o maior núcleo remanescente na região de fronteira entre o Brasil e a Argentina.
Pato mergulhão (Mergus octosetaceus) – considerado o embaixador das águas brasileiras, a espécie necessita de águas limpas e transparentes para sobreviver. Sua presença significa que o ecossistema segue em equilíbrio. Excelentes nadadores, possuem um bico longo, serrilhado e captura presas vivas ao mergulhar, daí a origem de seu nome. É uma das poucas aves brasileiras adaptadas a rios de regiões de planalto e ocorre em Minas Gerais, Goiás e Tocantins.
Pau-formiga (Triplaris americana) – seu nome popular tem relação com as formigas que constroem seus ninhos no tronco oco das árvores.
Pau-rosa (Aniba rosaeodora) – árvore nativa da Amazônia e do Cerrado brasileiro. Seu óleo essencial é usado nas indústrias de cosméticos e perfumaria.
Piraputanga (Brycon hilarii) – peixe encontrado nos rios das bacias do Prata e São Francisco. Sua característica marcante é a sua relação com a mata ciliar, vegetação que cobre as margens de cursos d’água, como rios e lagos. Desempenha um papel importante na dispersão a longas distâncias de espécies vegetais ribeirinhas. Portanto, a pesca ilegal ou outras atividades humanas que prejudiquem a população de piraputangas podem gerar consequências negativas para a mata ciliar da região.
Sucupira (Pterodon emarginatus) – planta medicinal nativa da Caatinga e Cerrado brasileiro.
Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) – grande consumidor de formigas e cupins dos campos e cerrados, ele presta um serviço imenso no controle desses insetos em pastagens e plantações. Mamífero de aparência singular por sua pelagem grossa e com uma faixa diagonal, cauda grande e focinho longo, pode ser encontrado da América Central até a América do Sul.
Tartaruga-oliva (Lepidochelys olivácea) – encontrada em mares tropicais e subtropicais. Seu nome é proveniente da forma e cor de azeitona da sua carapaça. É conhecida pelas arribadas, evento onde milhares de fêmeas se reúnem na mesma praia para desovar.
Udu-de-coroa-azul (Momotus momota) – também conhecido como juruva, a ave tem o canto semelhante ao de uma coruja. Um chamado curto, grave e acelerado, entendido como “udu” que pode ser escutado a qualquer hora do dia e da noite. Ativa durante todo o dia, impressiona a dificuldade de vê-la nas sombras da vegetação, apesar do colorido intenso do corpo e cabeça. É encontrada do Norte da América do Sul ao Norte da Argentina, incluindo grande parte do território brasileiro.
Veado-campeiro(Ozotoceros bezoarticus) – semelhante ao cervo-do-pantanal, porém menor, a espécie habita áreas abertas emenos alagadas. Era encontrado em grande parte da América do Sul e no Brasil de Norte a Sul, mas as populações foram reduzidas por causa da caça ilegal e a perda de habitat para pastagens e lavouras.
O frio intenso é capaz de provocar, entre outros desconfortos, dores de cabeça. Usar toucas e gorros é a solução de muitos para proteger as orelhas, a cabeça como um todo e se aquecer nos dias frios. Mas, a proposta da empresa Vollebak, com sede em Londres, é uma peça mais peculiar: uma touca solar que protege do frio e da chuva e ainda brilha no escuro.
O modelo é composto por três camadas de material resistente à água e ao vento, com forro, isolamento de lã e abas ajustáveis. Na composição, há por exemplo tecido feito com garrafas PET 100% recicladas, mas há também fibras sintéticas.
O que tornam o modelo capaz de brilhar são as camadas de nylon e “membranas” fotovoltaicas, que absorvem a luz solar – como as plantas – armazenam e emitem a luz no escuro.
Foto: Divulgação
Há ainda uma camada construída com o mesmo “tecido rip stop” encontrado em paraquedas, por isso tem uma boa relação resistência versus peso. Além disso, possui Cordura em sua composição, um tecido fabricado com fios de alta resistência e utilizado em mochilas, botas e vestuário militar, por exemplo.
Sua característica brilhosa é pensada sobretudo para a segurança do usuário, isso porque o chapéu foi desenvolvido para “os lugares mais frios e escuros da Terra”. Quem costuma realizar trilhas noturnas em montanhas ou passeios em cavernas é um potencial cliente da marca.
“Quando está totalmente carregado à noite, ele brilha em verde como a ‘criptonita’. Além de ser um truque legal para uma festa, pode salvar vidas em uma montanha. Nenhuma equipe de busca jamais passaria [despercebido] por um vaga-lume do tamanho de uma cabeça humana”, afirma a empresa em seu site.
Foto: Divulgação
O chapéu solar ainda tem uma aparência bastante confortável e não brilha durante o dia. Desta forma, é possível usá-lo tranquilamente sem parecer um sinalizador luminoso ambulante.
Jaqueta solar da Vollebak. | Foto: Divulgação
A mesma empresa já havia desenvolvido uma jaqueta solar que também brilha no escuro. Fabricado a partir de um material fosforescente altamente responsivo, e uma camada isolante feita com plástico reciclado, o vestuário é à prova de vento, à prova d’água e quente o suficiente para suportar temperaturas de até até -40°C.
É o ciclo circadiano que controla a atividade química, física, psico e fisiológica dos organismos, influenciando o sono, a digestão, a regulação das células, o estado de vigília, a temperatura corporal e o “relógio biológico” localizado, especificamente, no Núcleo Supraquiasmático (NSQ) do cérebro.
Além do ciclo circadiano, existem outros ciclos biológicos, como o ciclo diurno, em que o ciclo circadiano é sincronizado com o dia e a noite, o ciclo ultradiano, um ciclo biológico com um período mais curto e frequência maior que o ciclo circadiano; e o ciclo infradiano, que dura aproximadamente 24 horas, como é o caso do ciclo menstrual.
Internamente, o ciclo circadiano regula fatores como apetite, horário de sono, estado de alerta, temperatura corporal, níveis hormonais e pressão sanguínea, além de influenciar no metabolismo como um todo. Além disso, fatores externos como alimentação, uso de drogas, cafeína ou a exposição à luz azul podem interferir no ciclo circadiano.
Mudanças no ciclo circadiano
Alguns problemas corporais são causados por alterações no ciclo circadiano. Um exemplo são os distúrbios do sono, pois o corpo humano é biologicamente programado para dormir de noite. Por isso, interrupções abruptas podem causar distúrbios como a insônia. O jet lag é uma disritmia circadiana, como transtornos de humor por falta de exposição à luz do sol e transtornos de trabalho.
Esses ocorrem quando uma pessoa trabalha fora do dia típico de trabalho, ou quando trabalha durante a noite, causando mudanças no ciclo circadiano.
O que acontece quando o ciclo circadiano está desregulado?
Foto de Alexander Possingham na Unsplash
A desregulação do ciclo circadiano pode causar problemas como:
Depressão
Ansiedade
Sonolência diurna
Redução do desempenho no trabalho
Maior propensão a acidentes
Falta de agilidade mental
Aumento do risco de obesidade e diabetes
Outras condições que afetem o bem estar.
Os erros humanos mais significativos do mundo, incluindo o desastre de Chernobyl e o acidente na Three Mile Island, aconteceram no trabalho noturno. Isso porque, do ponto de vista biológico, o corpo é feito para dormir durante a noite. É por isso que a humanidade não tem adaptações como visão noturna e olfato e audição aprimorados como os dos animais noturnos.
Problemas no ciclo circadiano podem ser diagnosticados de modo adequado com a ajuda de um profissional da saúde. Essa pessoa tende a perguntar sobre quando os sintomas foram sentidos pela primeira vez. Além de se existem atividades que pioram ou melhoram os sintomas, como esses sintomas te afetam e se você está tomando algum medicamento.
Os tratamentos para distúrbios do ritmo biológico variam de acordo com o caso. Sintomas de jet lag, por exemplo, geralmente são temporários e não precisam de tratamento médico. Problemas do ciclo circadiano causados por trabalhos insalubres, transtornos mentais e mudanças no estilo de vida, um tratamento médico pode ajudar.
Quem tem maior risco de desenvolver problemas no ciclo?
Aqueles que fazem turnos de trabalho alternados ou trabalham fora do horário comercial têm maior risco de desenvolver sintomas devido alterações no ciclo. Alguns exemplos de profissões que envolvem trabalho com turnos alternados são:
Profissionais de saúde
Motoristas
Pilotos e outros profissionais da área de transporte
Preparadores e servidores de alimentos
Jornalistas
Policiais
Bombeiros
Uma pesquisa descobriu que apenas 63% dos trabalhadores sentem que seu trabalho lhes permite dormir o suficiente. A mesma pesquisa também mostrou que de 25% a 30% dos trabalhadores que trabalham em turnos alternados têm episódios de insônia ou sonolência excessiva.
Outros grupos que correm o risco de desenvolver distúrbios do ciclo biológico incluem pessoas que viajam através dos fusos horários com frequência. Pessoas que moram em lugares que não têm tantas horas de luz durante o dia, como o Alasca, também.
Como regular o ciclo circadiano?
Entender problemas que possam estar sendo causados por mudanças no ciclo circadiano pode ajudar a identificar e a lidar com seus sintomas. Mas o mais importante é tomar algumas providências capazes de prevenir o aparecimento de sintomas.
Algumas dicas para preservar seu ciclo circadiano são evitar substâncias que afetam o sono pelo menos após as 16h, incluindo:
Cafeína
Álcool
Nicotina
Tente adotar os seguintes hábitos:
Consumir bebidas frias, como chá gelado ou água
Manter um horário regular de sono sempre que possível
Se expor à luz natural do sol
Tirar sonecas de dez a 15 minutos depois do almoço
Abrir as janelas da casa ou escritório e, se necessário
Ligar as luzes, bem como evitar luzes artificiais ao entardecer e durante a noite, principalmente a luz azul.
É importante ter em mente que o sono é essencial para a sobrevivência humana. Por isso as pessoas deve dormir todos os dias durante uma quantidade razoável de horas. Para que assim, seu organismo renove as energias necessárias por mais um dia.
Você já ouviu alguém reclamar que o tempo está fechando quando parece que vai chover? Ou que o clima de algum lugar é muito quente? Pois é. Clima e tempo não são a mesma coisa.
Quando dizemos que “o tempo está ruim”, estamos nos referindo a alterações locais do clima. Estas estão dentro de períodos de tempo mais curtos, como minutos, horas, dias e até semanas. Já o “clima” se refere a períodos de médio a longo prazo, podendo ser caracterizado regional ou globalmente. Em outras palavras, o clima pode ser considerado uma média do tempo ao longo de várias estações, anos ou décadas.
O que são as mudanças climáticas?
Não se referem às mudanças que ocorrem de um dia para outro, mas sim ao longo de vários anos ou décadas. Um erro comum é acreditar que as alterações climáticas são a mesma coisa que aquecimento global.
O aquecimento global é, sim, uma consequência das mudanças climáticas que vêm acontecendo ao longo dos anos, mas não a única. Além disso, não é a primeira vez que nosso planeta sofre mudanças no clima a nível global. É um pouco mais difícil visualizarmos essa questão, pois as escalas de tempo envolvidas são muito grandes, e seus impactos são menos imediatos.
Outra dúvida que costuma surgir a respeito das mudanças climáticas é: como elas podem causar episódios de frio extremo se a Terra está sofrendo um “aquecimento global” e não um “resfriamento global”? O fato é que nenhum evento isolado é capaz de provar ou refutar a tese de aquecimento global. Em níveis globais só é possível aferir hipóteses quando se analisa a história da Terra no tempo geológico, que é muito longo.
O aumento da emissão de gases do efeito estufa aumenta a retenção de energia nos oceanos e na atmosfera. Isso provoca um aumento da intensidade, da frequência e do impacto de eventos climáticos extremos, sejam de frio ou de calor. Entenda:
O clima da Terra vem mudando ao longo da história. Sendo que nos últimos 650 mil anos o planeta passou por sete ciclos de avanço e recuo glacial. A última Era do Gelo, que ocorreu há 7 mil anos, teve um fim abrupto. Ela marcou o início da era moderna do clima e da civilização humana.
Ainda existem controvérsias entre alguns integrantes da comunidade acadêmica a respeito do aquecimento global. Porém as mudanças climáticas globais são um fato já aceito e bem consolidado entre grande parte dos cientistas. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), por exemplo, considera as evidências científicas para o aquecimento global incontestáveis.
Imagem editada e redimensionada de Dikaseva, está disponível no Unsplash
A tendência atual de aquecimento é um ponto importante dentro deste assunto. Isso porque a maior parte é causada pela influência antropogênica, e vem se amplificando a uma taxa sem precedentes nos últimos 1300 anos.
Satélites e outros avanços tecnológicos têm permitido que cientistas vejam o quadro geral. Assim coletando diversos tipos de informação sobre nosso planeta e seu clima em escala global. Estes que, ao longo dos anos, revelaram sinais de mudanças climáticas.
A deformação dos núcleos gelados da Groenlândia, Antártida e de geleiras de montanhas mostram que o clima da Terra reage a mudanças nos níveis de gases de efeito estufa liberados para a atmosfera. Eles também mostram que, no passado, grandes mudanças no clima global ocorreram de forma rápida. Geologicamente falando: em dezenas de anos, não em milhares ou milhões.
Abaixo, veja algumas evidências fotográficas das consequências das mudanças climáticas:
1. Mýrdalsjökull
À esquerda, 16 de setembro de 1986. À direita, 20 de setembro de 2014 – Imagem: NASA
Mýrdalsjökull é a quarta maior calota de gelo da Islândia, que cobre o vulcão Katla no extremo sul do país.
2. Mar de Aral
À esquerda, 25 de agosto de 2000. À direita, 19 de agosto de 2014 – Imagem: NASA
O mar de Aral era o quarto maior lago do mundo até os anos 1960. E um dos maiores corpos de águas salinas interiores do mundo e o segundo maior mar na Ásia. Ele encolheu dramaticamente ao longo dos últimos 30 anos.
Uma das principais razões é a irrigação de culturas: a água foi retirada dos rios que mantinham o mar de Aral cheio. Como consequência, houve mudanças perceptíveis no clima local. Desde tempestades de poeiras contaminadas, a perda de água potável e crises nas indústrias de pesca local. Até o final dos anos 2000, o mar de Aral perdeu quatro quilos do seu volume de água.
3. Lago Powell
À esquerda, 25 de março de 1999. À direita, 13 de Maio de 2014 – Imagem: NASA
A falta de água prolongada causou uma queda dramática do nível da água do lago Powell. As imagens mostram a porção norte do lago, que se estende do Arizona a Utah, nos EUA. A imagem de 1999 mostra o Lago com seus níveis de água próximos à sua capacidade total. E em 2014, com 42% de sua capacidade preenchidos.
4. Alaska
Derretimento das geleiras no Alaska.
À esquerda, 1940. À direita, 4 de agosto de 2005 – Imagem: NASA
O documentário Chasing Ice mostra o efeito das mudanças climáticas sobre as geleiras do Ártico.
Causas das mudanças climáticas
As mudanças climáticas podem ser causadas por fatores naturais, como as alterações na radiação solar ou movimentos da órbita da Terra. Porém, o IPCC afirma que o aumento da temperatura global é causado pela ação humana ao longo dos últimos 250 anos.
A maioria dos cientistas concorda que uma das principais causas da atual tendência de aquecimento global é a influência humana na expansão do efeito estufa. Vale lembrar que o efeito estufa é um processo natural, do qual a vida na Terra depende.
Caso toda a energia radiante do sol sobre a Terra retornasse ao espaço, teríamos um planeta ausente de calor e inabitável para a vida como a conhecemos. Porém, a influência antropogênica vem interferindo de forma a intensificar o efeito estufa. Assim, essa influência causa um aquecimento global abrupto que já vem prejudicando diversos ecossistemas e aumentando a possibilidade de extinção de espécies.
Ao longo do século passado, houve a queima de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo. Essa prática aumentou a concentração de dióxido de carbono (CO2) atmosférico. Isso acontece porque o processo de queima de carvão ou óleo combina carbono com o oxigênio do ar para formar CO2. Em menor escala, o desmatamento para a agricultura, indústria e outras atividades humanas têm aumentado em grande quantidade as concentrações de gases de efeito estufa (GEEs).
As consequências desta alteração no efeito estufa natural são difíceis de prever, mas alguns efeitos prováveis são:
De forma geral, a Terra se tornará mais quente – algumas regiões poderão apresentar temperaturas mais elevadas que outras;
O aumento das temperaturas provavelmente resultará em maiores taxas de evaporação e precipitação. Isso faz com que algumas regiões se tornem mais úmidas e outras mais secas;
Um efeito estufa mais intenso iria aquecer os oceanos e derreter calotas polares, elevando o nível dos oceanos. As águas oceânicas se expandiram devido ao aumento das temperaturas, também contribuindo para a elevação do nível do mar;
As atividades industriais das quais a nossa civilização moderna depende elevaram os níveis de dióxido de carbono atmosférico de 280 partes por milhão (ppm) a 379 ppm nos últimos 150 anos. O IPCC também concluiu que há uma probabilidade superior a 90% de que os gases estufa produzidos pela humanidade (como o dióxido de carbono, metano e óxido nitroso) tenham causado a maior parte do aumento observado nas temperaturas da Terra nos últimos 50 anos.
Radiação solar
A radiação solar é a energia emitida pelo Sol na forma de eletromagnetismo em diversos comprimentos de onda. Parte dessa radiação atinge a superfície da Terra, onde é fundamental para o clima, a vida e os processos naturais que ocorrem na superfície terrestre.
É possível que as variações nas atividades solares tenham desempenhado um papel em mudanças climáticas passadas. Acredita-se, por exemplo, que um decaimento na atividade solar tenha desencadeado uma Pequena Era do Gelo, entre aproximadamente 1650 e 1850, quando a Groenlândia foi coberta por gelo de 1410 a 1720 e geleiras avançaram para os Alpes.
Apesar disso, há evidências provando que o aquecimento global atual não pode ser explicado pela variação da atividade solar:
Desde 1750, o valor médio da energia que vem do Sol ou se manteve constante ou aumentou ligeiramente;
Se o aquecimento fosse causado por um sol mais ativo, então os cientistas poderiam esperar por temperaturas mais quentes em todas as camadas da atmosfera. Em vez disso, eles têm observado um resfriamento na atmosfera superior, e um aquecimento na superfície e nas partes mais baixas da atmosfera. Isso porque gases de efeito estufa retêm o calor na atmosfera inferior;
Os modelos climáticos que incluem mudanças na irradiação solar não podem reproduzir a tendência da temperatura observada ao longo do último século ou mais, sem incluir um aumento dos gases de efeito estufa.
Quais são os impactos das mudanças climáticas?
As mudanças climáticas no mundo já apresentam efeitos ambientais observáveis. Geleiras encolheram, gelos em rios e lagos quebram mais cedo, variedades de plantas e animais mudaram e árvores passaram a florescer mais cedo.
Cientistas previram efeitos que seriam resultantes das mudanças climáticas no mundo e que agora estão acontecendo. Tais efeitos incluem a perda do gelo nos oceanos, o aumento do nível do mar e as ondas de frio e calor mais intensas.
Os cientistas acreditam também que as temperaturas globais continuarão a aumentar nas próximas décadas, em grande parte devido a gases de efeito estufa produzidos por atividades humanas. O IPCC prevê um aumento de temperatura de 2,5 a 10 graus centígrados durante o próximo século.
De acordo com o IPCC, os efeitos das alterações climáticas serão diferentes para cada região, dependendo da capacidade de cada sistema social e ambiental para mitigar ou se adaptar às mudanças.
O IPCC prevê que o aumento da temperatura média global de menos de 1-3 graus Celsius acima dos níveis de 1990 vai produzir impactos benéficos em algumas regiões e nocivos em outros. Custos anuais líquidos vão aumentar ao longo do tempo conforme a temperatura global aumentar.
Cerca de 97% da comunidade científica global concorda que as tendências climáticas para o aquecimento ao longo do século passado ocorreram em grande parte devido às atividades humanas.
O gráfico abaixo contém dados de temperatura de quatro instituições científicas internacionais. Todos mostram um rápido aquecimento nas últimas décadas e que a última década foi a mais quente já registrada.
A Coordenação de Aperfeiçoamento e Pesquisa (Coapes) da Polícia Científica do Pará (PCEPA) promoveu, na semana passada, o Workshop Banco de Dados Forenses. O evento foi organizado com o objetivo de divulgar os principais bancos de dados do órgão, apresentados por peritos criminais, e teve a presença de forças que compõem a segurança pública, como representantes das polícias Militar e Civil.
Foto: Amanda Monteiro – Ascom/PCEPAO perito criminal e gerente de inteligência e análise do Centro de Inteligência Periciais, Mário Guzzo Jr., apresentou o workshop “Uso de Dados de Vestígios Periciais na Produção de Conhecimento de Inteligência de Segurança Pública”. A palestra explorou a importância de explorar o potencial das informações dos vestígios criminais. “A introdução de dados de vestígios criminais em uma estrutura de inteligência permite uma avaliação analítica amplificada, que busca conectar informações entre múltiplos casos. Abre a possibilidade de formação de uma rede de bancos de dados de vestígios periciais, que pode ser construída por atributos de entes originados de análises periciais, provenientes de locais de crime ou exames de corpo de delito, interconectadas de modo a revelar associações e relacionamentos entre diferentes casos”, explicou o perito.
Foto: Amanda Monteiro – Ascom/PCEPAA perita criminal Elzemar Rodrigues, gerente do laboratório de DNA, fez uma apresentação sobre o Banco de Perfis Genéticos, que compartilha perfis genéticos tanto dos vestígios coletados em local de crime, quanto dos vestígios humanos, realizando buscas a nível local e nacional para verificar possíveis relações. Além disso, foi apresentado o banco de dados de pessoas desaparecidas, em que são cadastrados perfis genéticos de cadáveres não-identificados e com os possíveis familiares, buscando a identificação.
Foto: Amanda Monteiro – Ascom/PCEPAIBIS – O perito criminal Paulo Bentes, lotado no Núcleo de Balística Forense, apresentou a participação da PCEPA no Banco Nacional de Perfis Balísticos, que hoje conta com o aparelho de microbalística IBIS. “Este banco veio para aumentar a resolutividade das ações penais em que há o envolvimento de arma de fogo, pois a análise será relacionada a todo o ambiente nacional, integrando as polícias de todo o Brasil, aumentando a resposta do Estado referente à segurança, e isto foi apresentado nesta palestra”, afirmou o perito.
Foto: Amanda Monteiro – Ascom/PCEPA“O Workshop teve como objetivo principal a divulgação da importância da integração entre os órgãos da segurança pública para a atualização e compartilhamento estratégico das informações relevantes sobre vestígios que podem auxiliar no processo criminal” explicou o perito criminal Alberto Sá, que coordena a Coapes.
Foto: Amanda Monteiro – Ascom/PCEPANa ocasião, houve a aproximação de forças policiais, quando se iniciou a discussão acerca de um protocolo integrado entre entes de segurança pública, como afirmou o delegado Erisson Leal, da Delegacia de Repressão a Roubos a Banco e Antissequestro (DRRBA/DRCO): “o Protocolo Integrado é um comitê de enfrentamento aos crimes violentos contra instituições financeiras e ataques aos carros fortes, por meio da união de vários órgãos, sendo polícias Civil, Científica e Militar, Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP), Departamento de Trânsito do Pará (Detran) e Corpo de Bombeiros do Estado. Visamos à criação de um manual que irá gerar procedimentos entre todos os agentes que atuam em casos específicos, evitando decisões isoladas, aumentando a comunicação sobre formas de atuação dos órgãos em crimes específicos. É louvável que a Polícia Científica tenha trazido representantes de outros órgãos para debater esse tema tão importante”.
Para garantir o aperfeiçoamento técnico de músicos do Estado e alunos da instituição, a Fundação Carlos Gomes (FCG) e o Instituto Estadual Carlos Gomes (IECG) abriram inscrições gratuitas para as atividades acadêmicas da programação da IX Festa do Ritmo, que ocorrerá entre 16 e 18 deste mês, na sede da Fundação, em Belém.
Os interessados podem se inscrever té o dia 13 de novembro (segunda-feira), por meio do formulário eletrônico, e também na secretaria do Instituto Estadual Carlos Gomes, das 8 h às 14 h.
A programação é voltada para músicos, comunidade em geral e estudantes e pesquisadores do IECG, Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade do Estado do Pará (Uepa), Escola de Música da UFPA, Fundação Amazônica de Música e outras instituições de ensino.
Instituto Estadual Carlos GomesFoto: Marcelo Seabra / Ag. ParáAo fazer a inscrição, o interessado poderá escolher a atividade. A programação contará com mesa-redonda sobre o tema “Projetos de Extensão do IECG e comunidade”, no dia 16, as 9 h, além da Oficina de Ritmos Amazônicos, com o instrutor paraense Márcio Jardim, as 16 h. No dia 17, as 9 h, haverá a palestra “Música e Saúde: contribuições do estudo da percussão com pacientes com Parkinson”, ministrada por Rafael Barros, e as 16 h masterclass de bateria com Gledson Meira, da Paraíba.
Para participar das atividades práticas de instrumentos de percussão é necessário conhecimento musical mínimo. Serão ofertadas 30 vagas para a oficina de percussão amazônica; 30 vagas para a palestra sobre percussão e terapia alternativa para Alzheimer, e 30 vagas para a masterclass de bateria.
Atrações – Além das atividades acadêmicas, a IX Festa do Ritmo contará com apresentações de grupos de percussão convidados e de carimbó, nos três dias do evento, na sede do IECG e na Usina da Paz Ucuí-Guajará, em Ananindeua (Região Metropolitana de Belém). O público também poderá conferir a Feira do Beco, que funcionará no jardim da instituição, com artesanato, comidas regionais e outras atrações.
Serviço: Inscrições abertas para as atividades da IX Festa do Ritmo, de 1º a 13/11. Formulário da inscrição disponível em: https://docs.google.com/forms/d/1ygplg3jLCF3ntAkKX3bgvw28feTEVCJPaEF5gqk. Local de inscrição presencial: Secretaria do Instituto Estadual Carlos Gomes – Avenida Gentil Bitencourt, nº 977, bairro de Nazaré.
Estimular uma economia circular por meio de práticas sustentáveis foi o objetivo principal do II Encontro do Consumo Sustentável, realizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), com programações para o público externo e servidores do órgão. Concluído na última quarta (1º), o evento foi alusivo ao Dia do Consumo Consciente – 15 de Outubro – e ao Dia Mundial da Alimentação – 16 de Outubro.
A programação incluiu oficinas voltadas à fabricação de sabão feito com restos de óleo de cozinha, produção de artigos natalinos a partir do reaproveitamento de materiais recicláveis, e palestras sobre economia circular e consumo sustentável.Foto: Ascom / Semas
Também foi realizada a Feira de Agricultura Familiar e da Sustentabilidade, voltada ao estímulo à geração de renda para artesãos e agricultores, fomentando a produção rural familiar de alimentos sem utilização de pesticidas para incentivar práticas saudáveis na alimentação e a melhoria da arrecadação dos agricultores.
Alimentos e cosméticos – Na atual edição foi ofertada ao público uma gama de produtos de origem orgânica, como frutas, laticínios, hortaliças e mel, para moradores do entorno onde ocorreu a feira e servidores da Semas. Foram oferecidos ainda produtos naturais para pele, como sabonetes e óleos.
Elisa Lisboa, comerciante de geleias de produtos regionais, participou pela primeira vez do evento com a expectativa de ampliar sua clientela. Ela disse que foi convidada pela Semas para comercializar seus produtos. “Eu recebi o convite para participar e aceitei porque, no momento, o meu maior ponto de venda está nas feirinhas itinerantes. Minha expectativa aqui é poder ter uma boa venda, para que eu possa retornar várias vezes”, informou.Troca de produtos recicláveis por mudas de plantas medicinais e decorativasFoto: Ascom / Semas
No espaço da Feira também havia coletores de materiais recicláveis, como garrafas PET, papel e papelão, vidros, alumínio, pilhas e baterias usadas, que são trocados por mudas de plantas medicinais e decorativas. Após a troca, todo o material arrecadado foi entregue ao Instituto Alachaster, que posteriormente encaminha para cooperativas e outros destinos de reciclagem.
“A nossa parceria com a Semas é para implementar práticas sustentáveis dentro da Secretaria. Começamos em 2021 com um acordo de colaboração técnica para apoiá-los na implantação da coleta seletiva, e hoje temos os ecopontos, em que a Semas instalou as estruturas e nós fizemos a operação”, disse a diretora de Projetos do Instituto, Soraya Costa.Espaço para doação de roupas, calçados e outros produtosFoto: Ascom / Semas
Já é Natal – Também foi realizada uma oficina de enfeites e artigos natalinos com materiais recicláveis, como garrafas de vidro, caixas de leite e suco, papelão e isopor; oficinas e palestras sobre consumo consciente na moda, além de um espaço para a doação de roupas, calçados, bijuterias, livros e outros itens que geraram créditos e, durante o evento, foram trocados por doações de outras pessoas. As doações excedentes serão enviadas ao Movimento Emaús – projeto de garantia dos direitos de crianças e adolescentes.
A gerente de Programas e Projetos de Educação Ambiental da Semas, Edira Vidal, frisou que a Feira da Agricultura Familiar, aberta ao público, incentiva a produção familiar rural e vai ao encontro dos objetivos da Semas.
“A venda de alimentos agroecológicos gera renda aos produtores e a divulgação de hábitos alimentares saudáveis aos servidores da Semas e à vizinhança, e também tem trazido ótimos resultados para todos. A Semas estimula esses agricultores para que tragam seus produtos, sendo eles agroecológicos ou orgânicos, para que consigamos fazer essa relação entre o agricultor e nós, enquanto instituição pública, dando o fortalecimento e a divulgação, e promovendo esse pequeno agricultor, no intuito de que possa ter sua renda, que seu produto seja escoado da melhor maneira possível”, ressaltou Edira Vidal.
Trinta agricultores familiares do Assentamento União, no município de Itinga, no Maranhão, participaram de um curso de sementes e produção de mudas promovido pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e a Suzano Papel e Celulose. A iniciativa orientou sobre a aquisição, beneficiamento e produção de mudas de espécies frutíferas e florestais.
O curso teve como base as experiências e a dinâmica de trabalho do Ideflor-Bio, que possui expertise na utilização de sementes como principal método de propagação vegetal. Durante os três dias de capacitação, os agricultores aprenderam técnicas simples e eficientes para a produção de mudas, visando fortalecer a agricultura familiar e promover a diversificação da produção agrícola na região.
Foto: DivulgaçãoO município de Itinga, localizado na região sul do Maranhão, apresenta um potencial agrícola significativo, mas os agricultores familiares enfrentam desafios na obtenção de sementes de qualidade e no manejo adequado para a produção de mudas. Com o curso, eles puderam adquirir conhecimentos essenciais para melhorar a produtividade e a qualidade das plantas cultivadas em suas propriedades.
Durante as aulas teóricas e práticas, os participantes aprenderam sobre a seleção e coleta de sementes, beneficiamento, armazenamento, quebra de dormência e tratamento pré-germinativo. Além disso, eles receberam orientações sobre a produção de mudas em diferentes tipos de recipientes e manejo adequado para o plantio.
Foto: DivulgaçãoNo momento da abordagem prática, foi possível deixar na comunidade 334 mudas de açaí, paricá e jatobá em sacolas e outras 756 mudas em tubetes de açaí, totalizando 1.090 mudas. Todas elas já foram adquiridas de imediato pela empresa Suzano Papel e Celulose, que serão utilizadas para compor o extrato florestal de recomposição em seus corredores ecológicos.
Incentivo – Para os agricultores familiares, a capacitação foi uma oportunidade única de aprendizado e aprimoramento das técnicas de produção. Além disso, o curso estimulou o fortalecimento da comunidade local, promovendo a troca de experiências entre os participantes e incentivando a união em prol do desenvolvimento agrícola sustentável.
Moradora há 13 anos do Assentamento União, Graciane Silva disse que o curso foi de suma importância para todos, ao estimular a produção de produtos de qualidade, os quais vão garantir mudas fortes e saudáveis. “Aprendemos técnicas que ainda não conhecíamos, mesmo morando na área rural e trabalhando com a terra. Portanto, foram três dias de muito aprendizado e esperamos ter mais atividades como essas outras vezes”, pontuou.
Foto: DivulgaçãoSegundo o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a capacitação é um importante passo para fortalecer a agricultura familiar e garantir a segurança alimentar na região. “Através do conhecimento adquirido no curso, os agricultores poderão melhorar a produção de mudas, aumentar a diversidade de espécies cultivadas e, consequentemente, melhorar sua renda e qualidade de vida”, enfatizou.
A gerente de Produção e Apoio aos Arranjos Produtivos Florestais do Ideflor-Bio, Laura Dias, ressalta que o conhecimento é um recurso fundamental para a realização e o sucesso das iniciativas de restauração. Ela acredita que esse tipo de formação com agricultores familiares fortalece o compromisso do Instituto em realizar a restauração florestal.
“Contribuir com os agricultores familiares do Assentamento União foi muito prazeroso. Vê-los satisfeitos em desenvolver conhecimento em uma área em que eles buscam uma melhor habilidade, me proporcionou realização pessoal como educadora. Também pude conhecer suas áreas, identificar espécies potenciais para restauração, o que contribuiu para meu conhecimento profissional”, afirmou Laura Dias.